Arte e sociedade

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Caros amigos, a arte é uma das expressões mais sublimes da cultura humana. Poderíamos dizer, inclusive, que na arte o homem “põe o seu coração”, ou seja, aquilo que pode encontrar de mais belo e verdadeiro no seu interior. Por isso, ela nos emudece por um instante e muda algo dentro de nós, confronta-nos, questiona-nos e fala-nos.

A arte pertence ao fazer humano e grandes civilizações são reconhecidas pela magnificência das obras de arte que produziram e legaram à humanidade. Hoje, são reconhecidas 11 tipos de expressões artísticas: as seis tradicionais - música, dança, pintura, escultura, teatro e literatura - e outras cinco que surgiram na modernidade - cinema, fotografia, histórias em quadrinhos, jogos multimídia e arte digital.

Ao mesmo tempo em que “imitam” o homem e a sociedade, as obras de arte também possuem um importante papel pedagógico. O escritor inglês Oscar Wilde disse que: “a vida imita a arte muito mais do que arte imita a vida”. Deste modo, poderíamos falar também de um serviço social da arte e, portanto, de uma responsabilidade social do artista.

Nas palavras de São João Paulo II: “De fato, a sociedade tem necessidade de artistas, da mesma forma que precisa de cientistas, técnicos, trabalhadores, especialistas, testemunhas da fé, professores, pais e mães, que garantam o crescimento da pessoa e o progresso da comunidade, através daquela forma sublime de arte que é a ‘arte de educar’. (...) A vocação diferente de cada artista, ao mesmo tempo que determina o âmbito do seu serviço, indica também as tarefas que deve assumir, o trabalho duro a que tem de sujeitar-se, a responsabilidade que deve enfrentar. (...) Há, portanto, uma ética ou melhor uma ‘espiritualidade’ do serviço artístico, que a seu modo contribui para a vida e o renascimento do povo (Carta aos artistas, 4).

Assim, a liberdade de expressão do artista, e a de todos os cidadãos, esbarra na responsabilidade que tem perante a si mesmo, ao outro, à natureza e, acima de tudo, perante a Deus, pois uma liberdade absolutamente ilimitada não é possível ao homem: ser finito e social. O que contemplamos nos últimos meses em relação às exposições de arte que denigrem o ser humano, sua fé e cultura, e o restante da criação, são um desrespeito claro a sociedade que, por sua parte, deve manifestar sua contrariedade e indignação. Ver o mal ser feito e omitir-se é um comportamento indigno do ser humano. Também é preciso recordar que o vilipêndio de objetos religiosos é crime! (Cfr. Código Penal art. 208).

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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