A Voz da Serra prepara livro - 70 anos de história

Obra traz pesquisa inédita sobre a trajetória do jornal A Voz da Serra, o principal diário da região Centro-Norte Fluminense
terça-feira, 07 de abril de 2015
por Jornal A Voz da Serra
A jornalista Dalva Ventura (A Voz da Serra)
A jornalista Dalva Ventura (A Voz da Serra)
No ano em que comemora 70 anos de fundação, o jornal A VOZ DA SERRA vai dar de presente para Nova Friburgo uma obra definitiva sobre sua fantástica trajetória: uma superprodução em forma de livro. A ideia partiu do vice-diretor Gabriel Ventura, que convidou para o projeto a jornalista Dalva Ventura e o escritor Ordilei Alves. Foram cerca de 70 mil páginas exploradas, diversas reuniões realizadas, durante mais de seis meses. As dificuldades encontradas na pesquisa — além da realizada no Pró-Memória, sua principal fonte —, para confirmar datas, identificar personagens nas fotos, e ouvir o maior número possível de testemunhas ainda vivas. Nesta edição especial, publicamos depoimentos resumidos sobre este trabalho, que despertou, em todos os envolvidos no projeto, muitas lembranças, profissionais e pessoais. 

Este é um livro que conta uma história de Nova Friburgo, uma história observada pelo jornal A Voz da Serra
"Foi um trabalho extremamente difícil, embora emocionante. Um desafio que nos levou a pesquisar mais de 70 mil páginas do jornal, desde a 1ª edição, em abril de 1945, até os dias de hoje. Trata-se de um livro de conteúdo inédito, que vai marcar tanto a história de A Voz da Serra como a do próprio município. Não existe nada parecido com este trabalho em nossa cidade. Não há uma bibliografia sobre o assunto, apenas fragmentos, aqui e acolá, antigos e em estado bem precário. Também pude constatar que o jornal é, de fato, a principal fonte de informação, se não a única, a cobrir um período tão extenso de acontecimentos. Não à toa os encadernados de AVS depositados no Pró-Memória são as publicações mais procuradas por estudantes, professores, pesquisadores e pessoas buscando determinada notícia ou apenas curiosa sobre algum assunto. Afinal, lá estão arquivados fatos e fotos de 70 anos em 8.700 edições que descrevem, relatam e reportam o cotidiano de Nova Friburgo. O livro é a consequência natural do jornal, que foi nossa principal e fundamental fonte.

Sem a colaboração de profissionais da notícia, equipe do jornal, fotógrafos e amigos do Laercio e até do Américo, teríamos tido mais trabalho para produzir um livro tão completo. Essas parcerias estão enriquecendo a edição, com esclarecimentos de dúvidas sobre assuntos noticiados em outros veículos, e cessão de fotos. A fotógrafa Regina Lo Bianco, nossa colaboradora mais constante, deu uma contribuição valiosa, assim como leitores e amigos de longa data do meu pai. O Humberto Fontão, por exemplo, identificou um número enorme de pessoas numa foto histórica tirada durante a concentração da seleção brasileira em Nova Friburgo. Muitos outros amigos do jornal colaboraram conosco, como Dilva Maria de Moraes, a historiadora Janaína Botelho, o jornalista Girlan Guilland, Elisabeth Souza Cruz, e os colegas de A Voz da Serra Marcio Madeira e Henrique Amorim. Hoje, praticamente finalizando o texto, após meses de total dedicação a esse trabalho, posso afirmar que valeu a pena e me sinto honrada e recompensada por assinar a autoria dessa história com o Ordilei.” 

Dalva Ventura

"Avaliando de um ponto de vista bem abrangente, este é um livro que conta uma história de Nova Friburgo, uma história observada pelo jornal A Voz da Serra, com gosto de literatura. Existe um sequenciamento linear de história, bem datado, mas as pesquisas nos inspiraram a desenhar livremente o encadeamento das notícias — não ficamos restritos a fazer um livro de pesquisa, em tom didático, mas sim um trabalho que atraia o leitor, que dê prazer ao ser lido. Coube a Dalvinha me passar todo o material que ela pesquisou e desenvolveu, abrangendo educação, arte, moda, música e todos os outros assuntos que geravam notícia, retratando uma época. Em seguida, me cabia adequar esse material dentro de uma sequência. Por exemplo, a gente discorre sobre uma década e depois intercalamos com notícias esparsas, porém significativas, devidamente datadas, com dia, mês e ano. No final, inserimos umas notas bem curtinhas, como se fossem títulos de matérias, informando mês e ano. Nesse formato estão misturadas várias maneiras de informar, mas cuidando para que o texto principal seja destacado como o mais relevante do dia, semana ou mês.

Começamos pela primeira edição, destacando o grupo fundador, em 1945, depois a compra do jornal pelo Américo Ventura, em 1953, que foi sucedido pelo Laercio Ventura, 20 anos depois, função que exerceu até 2013. Há dois anos, Adriana Ventura assumiu a direção do jornal, tendo como braço direito o filho Gabriel Ventura. Portanto, chegamos à quarta geração. Essa longa caminhada já antecipa a dimensão do nosso trabalho. A conferência de dados, as minúcias que percebíamos à medida que as pesquisas avançavam, nos remetiam, cada vez mais, a patamares impossíveis de serem previstos com a antecedência que gostaríamos. Assim, um dia concluímos que seria uma obra cujo prazo para entrega deveria ser estendido em prol do resultado que todos desejávamos, passando pela excelência do conteúdo, da arte gráfica e, finalmente, da impressão que a empresa merece e quer. Não poderíamos nem queríamos fazer por menos. E assim está sendo feito, rigorosamente. Quando ficar pronto, será motivo de nova comemoração em seu lançamento.” 

Ordilei Alves

Foto da galeria
O escritor Ordilei Alves (A Voz da Serra)
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