Por Alessandro Lo-Bianco
e acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), de 65% a 90% da população poderá sofrer de lombalgia durante sua vida. A lombalgia é uma manifestação de dores na região lombar, decorrente de uma série de problemas, sendo que um deles é a má postura ou os maus hábitos.
Uma das formas de precaução para que o problema não se agrave é a educação nas escolas. Principalmente no início do ano, com a volta às aulas, quando as crianças acabam levando uma quantidade de peso nas mochilas acima do que seria aconselhável, é necessário alertar os pais sobre este e outros problemas.
Segundo o fisioterapeuta e especialista no assunto, Gil Lúcio Almeida, a mochila não deve exceder o peso máximo recomendado que é até 10 % do peso corpóreo do estudante. “Parece uma coisa boba, mas isso vai refletir sérios problemas naquela criança quando ela começar a crescer. Se a criança pesa 50kg, a mochila não deve ultrapassar 5kg”, explica o especialista.
Na hora de escolher a mochila adequada, ou seja, a menos prejudicial à coluna, o fisioterapeuta recomenda aquelas com duas alças, largas e reforçadas, que proporcionam melhor sustentabilidade e distribuem melhor o peso. “As tiras devem ser ajustadas de forma que a mochila fique o mais próximo do corpo e a largura não deve ser superior que as costas das crianças, e também não deve ultrapassar a cintura, o que é muito frequente. Basta parar na saída de um colégio para ver que algumas parecem que vão bater na canela das crianças (risos). Esse é um futuro paciente de escoliose ou problemas semelhantes”, ressalta.
A mochila que possui uma quantidade maior de bolsos e divisórias, possibilita a distribuição de peso de forma uniforme. Porém cuidado para não carregar objetos excessivos. Outra dúvida geral é quanto às mochilas de rodinhas. Elas são realmente recomendáveis? “São sim. Desde que sejam adaptadas corretamente a altura do puxador para que a criança não fique com a coluna curvada, pois podem acarretar problemas iguais ou piores do que as mochilas convencionais.” A idade é relativa com a disponibilidade da criança, que muitas vezes acham vergonhoso usar após certa idade. Mas Gil explica que não há uma idade limite para usá-las, desde que corretamente.
Ainda segundo o especialista, é importante que os jovens, bem como os pais, no caso de crianças muito pequenas, chequem todos os dias se os materiais que a criança leva são realmente essenciais para as aulas, eliminando os excessos. As crianças e adolescentes, por estarem em fase de crescimento e desenvolvimento ósseo, possuem uma maior mobilidade quando expostas a vícios posturais inadequados.
Excesso de peso transportado de forma inadequada
Sofrerão a influência direta destas alterações posturais no crescimento ósseo do indivíduo e no desenvolvimento de patologias causadas por estes distúrbios posturais adquiridos principalmente no período escolar. “Observe sempre a postura do seu filho, se a criança alterar a postura normal “ereta” para transportar a mochila é sinônimo de que ela está muito pesada.”
Hábitos posturais inadequados
Tendem ao desenvolvimento de patologias associadas como: escoliose postural (coluna em formato de S), detectada geralmente quando o aluno transporta a mochila em apenas um ombro. Hipercifoses (ombros curvados a frente), hiperlordorses, hérnias de disco, tendinites, dores no pescoço e nos ombros, entre outras. “É fundamental que os pais fiquem atentos às alterações posturais de seus filhos. As crianças que reclamam constantemente de dores de cabeça, nos ombros e nas costas devem ser submetidas à uma rigorosa avaliação postural”.
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