Você se casaria com uma pessoa paraplégica?

quinta-feira, 22 de abril de 2010
por Jornal A Voz da Serra

Bruno Pedretti

A paraplegia é um estado que normalmente é resultado de uma lesão muscular, podendo ser completa ou incompleta. Existem vários níveis de paraplegia, e eles são definidos com base na gravidade da lesão. Algumas pessoas perdem o controle completo da parte superior do corpo, enquanto outros podem ter perdido apenas metade do caminho para baixo da coluna vertebral.

A cadeira de rodas é vista pela sociedade como infelicidade, invalidez e tristeza, de quem a está utilizando, o que muitas das vezes é mentira. Pessoas que têm esse tipo de deficiência buscam forças do além, e conseguem ser felizes apesar de todo o preconceito e dificuldade do cotidiano. Cada dia que passa é uma vitória e luta intensa para essas pessoas que têm todo o direito de se relacionar, se divertir e fazer tudo que uma pessoa sem deficiência pode executar.

Um dos assuntos mais comentados pelas ruas do Brasil inteiro, é a novela das oito, que está sendo exibida na TV Globo, Viver a Vida, do autor Manoel Carlos, que trouxe à tona o mundo dos paraplégicos. Luciana, personagem vivida pela atriz Aline Moraes, perdeu os movimentos após sofrer um acidente de trânsito. O autor explora o universo das pessoas que são paraplégicas, mostrando seu dia a dia, suas dificuldades de locomoção, o psicológico de quem tem essas limitações, os relacionamentos, os recursos que são utilizados para tornar mais prática a vida, entre outros detalhes que os cercam parte. Nas últimas semanas vem sendo abordado um tema bastante polêmico, a questão do relacionamento entre essas pessoas que têm limitações físicas e uma pessoa sem deficiência. Matheus Solano, que interpreta Miguel, se interessa por Luciana, e se apaixona loucamente, ao ponto de querer se casar. A VOZ DA SERRA foi às ruas de Nova Friburgo e perguntou a opinião do povo sobre o tema.

“O amor vem acima de tudo, se eu estava com ele na época de alegria, vamos estar juntos também na tristeza. Mesmo se ele já fosse paraplégico talvez me interessasse, as pessoas conhecem as outras do nada, não teria problema nenhum, pode ser que me ensine até alguma coisa que nenhuma pessoa tenha me ensinado.” Fabiane Terni, 32 anos - auxiliar administrativa-Varginha

“Eu casaria sim, continuaria a mesma coisa, mesmo que tivesse conhecido ela já depois de estar sem os movimentos me casaria, o fato de estar paraplégico não influencia em nada.” Cláudio Sanches Garcia, 49 – porteiro - Alto do Floresta

“Por que não?! Não é por causa da deficiência física que vamos deixar de gostar das pessoas, não tem nada a ver. O que impulsiona o relacionamento entre as pessoas é o amor.” Carlos Leonardo Rocha Grandini, 27 – vendedor – Jardinlândia

“Casaria, se eu a amasse, sem dúvidas. Mesmo se conhecesse antes da deficiência não seria um empecilho para me envolver com essa pessoa.” Aline da Silva Alexandre, 20 – vendedora – Jardinlândia

“Depende, me casaria se eu já estivesse com a pessoa, já a conhecesse, assim fica mais fácil de se envolver, porém se não a conhecesse seria uma situação mais complicada de me envolver, acho que não chegaria ao ponto de ficar com essa pessoa pela dificuldade.” Leonardo Sposito Neto, 29 – gerente de sapataria – Centro

“Me casaria se já a conhecesse, não vejo problema, se eu realmente amasse essa pessoa me envolveria. Mas se eu não conhecesse essa pessoa dependeria, a condição financeira para mantê-la e a disponibilidade de tempo talvez pesassem na minha decisão final.” Emanuel Garcia Barata, 20 – estudante – Vale dos Pinheiros

“Casaria sim, porque acho que não muda muita coisa, é mais a questão da adaptação, mas a pessoa tem como levar uma vida normal, apesar do preconceito reinar na sociedade que vivemos. As pessoas pensam que o paraplégico tem que ficar sozinho, não pode ter um namorado e todas as pessoas que conheço atualmente que estão nessas condições, têm um relacionamento, uma vida normal dentro das suas limitações. Namorava uma pessoa há dois meses e ele sofreu um acidente de moto, vindo a ficar paraplégico, e já são seis meses que acompanho e ajudo porque eu realmente gosto dele. Nós acompanhamos a novela da Globo juntos e aprendemos um pouco como é essa vida, que é difícil mas dá para superar.” Ozeane Peres Rocha, 30 – caixa – Riograndina

“Casaria, sem dúvidas. O amor prevalece. Mesmo com as dificuldades financeiras por ter que contratar uma pessoa para cuidar integralmente ou mesmo largar o serviço para ficar com ela, me casaria, o sentimento fala mais alto.”Amarildo Pereira da Silva Júnior, 20 – estoquista-São Geraldo

“Não teria nada a ver. Se eu já conhecesse, ficaria numa boa, se eu estava com ela com saúde é minha obrigação cuidar dela depois que aconteceu o acidente. Caso eu conhecesse essa pessoa já paraplégica seria uma situação mais complicada, não casaria pois eu já saberia que ela estaria sem movimentos, até mesmo por motivos financeiros, da dificuldade de comprar remédios, pois nunca podemos contar com o governo para essas coisas.” José Lopes da Silva, 51 – ambulante – São Geraldo

“Me casaria se gostasse da pessoa, se fosse apaixonada. Teria que ter condição financeira para me casar, tendo condições, não teria problema nenhum.” Eliana Maria de Andrade, 43 – gari – Cordoeira

na web

E para você leitor de A VOZ DA SERRA? Você se casaria com uma pessoa paraplégica? Preparamos uma enquete em nosso site para que você possa se expressar. Acesse www.avozdaserra.com.br, dê sua opinião e vote sobre esse polêmico assunto que está sendo comentado em todo país. Participe!

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade