Você sabia? "O dote"

sexta-feira, 10 de maio de 2013
por Jornal A Voz da Serra

 O dote

Recentemente, os jornais publicaram que um bilionário chinês deu um dote de mais de um bilhão de yuans — R$ 32,8 milhões — para o casamento da filha. Faziam parte deste dote quatro caixas de joias de ouro, um carro de luxo, uma caderneta de poupança de R$ 6,574 milhões, diversos imóveis e R$ 1,6 milhão em ações. E mais: milhões de yuans para instituições de caridade. Ah, ainda bancou a festa que durou oito dias. O sortudo do noivo é (ou era) um funcionário público.
O dote parece coisa ultrapassada, mas como se pode ver, ainda é mantido em várias partes do mundo, principalmente em alguns países da Ásia e África. Até na Europa esse costume pode ser encontrado, em localidades rurais da Espanha, Portugal, Irlanda, Grécia e Malta.
Normalmente, a família da noiva é quem dava o dote ao noivo, mas alguns povos delegavam essa “tarefa” ao homem. Os vikings, por exemplo, ofereciam às mulheres, na manhã após a noite de núpcias, um conjunto de bens móveis, chamados de “morgengabe”, ou seja, “presente matinal”.
No Brasil, a prática foi trazida pelos portugueses e fez com que muita moça de família pobre morresse solteira. O escritor José de Alencar foi um dos críticos do dote, dedicando um romance — Senhora — ao tema. 
Na Inglaterra, o costume só terminou completamente no final do século XIX. Já na Alemanha, o dote foi praticado até pouco depois da Primeira Guerra Mundial. 
Apesar de dinheiro, terras, ouro e imóveis serem os favoritos para integrar um bom dote, a grande quantidade de povos que adotava e ainda adota esse costume faz com que os “presentes” se diversifiquem.
No sul do Sudão, por exemplo, a mulher pode valer até cem cabeças de gado. Já em Uganda, o noivo decide quantas vacas, cabras e galinhas está disposto a dar pela futura esposa. Entre alguns povos ciganos, a tradição determina que o noivo dê um valor em dinheiro, mas sem se esquecer de acrescentar uma garrafa de vinho ou conhaque, ao dote. Numa comunidade da Índia, a família da noiva oferece nove espécies diferentes de cobras ao noivo. 
E por aí vai, neste vasto, vasto mundo sociocultural.
Para saber mais sobre tradições e histórias de casamento, veja e leia as próximas edições do LIGHT.

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