Você sabe para onde vai todo aquele lixo que se encontrava no caminhão que se acidentou em Cascatinha?

quinta-feira, 09 de fevereiro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Você sabe para onde vai todo aquele lixo que se encontrava no caminhão que se acidentou em Cascatinha?
Você sabe para onde vai todo aquele lixo que se encontrava no caminhão que se acidentou em Cascatinha?

Gregório Marques (gregriomarques@yahoo.com.br)

Pois bem... Todo o resíduo infectante que vem da Capital do Estado, importado por Nova Friburgo, vai para uma incineradora instalada na comunidade de Córrego Dantas para ser processada e transformada em fumaça, ou seja, partículas de dioxina e metais pesados que vão parar nos pulmões das crianças, trabalhadores e moradores do castigado bairro.

A localização da empresa incineradora Creamor (não é deboche, o nome é Creamor mesmo), contraria leis federais como artigo 9º da Resolução 316 do Conselho Nacional de Maio Ambiente—Conama—, por estar inserida dentro de uma área de caráter predominantemente residencial. Outras leis são feridas, mas mesmo assim, ela detém licença para funcionamento outorgados pelos órgãos ambientais estadual (Inea) e municipal (Secretaria de Meio Ambiente).

A propósito, o desrespeito e descaso com a comunidade vão muito além do que se imagina. A queima intensa é realizada à noite e com volume de lixo muito acima do permitido. Isto se justifica pela necessidade de se produzir lucro, pois o valor do serviço cobrado pela empresa é de U$100,00 a tonelada—dez vezes mais barato que no Rio de Janeiro. Isto justifica o fato da preferência dos hospitais do Rio de Janeiro pela incineração de seu lixo em Nova Friburgo.

O caso do acidente com um caminhão que transportava resíduos infectantes no bairro Cascatinha ficou notório, mas em Córrego Dantas é comum este acidente ambiental promovido pelo transporte totalmente irresponsável de resíduos químicos e infectantes.

Mais uma trágica curiosidade: a nociva e famigerada incineradora de resíduos infectantes, Creamor, tem licença do Inea para funcionar dentro da área onde está prevista a construção de um Parque Fluvial, gerido pelo próprio Inea, que visa a segurança e bem-estar da população.

Cabe ressaltar que a Associação de Moradores daquele bairro vem denunciando há tempos essa triste questão, porém, sem êxito. E, hoje, muitos temem se declarar sobre o assunto.

“Perguntar não ofende—ou, pelo menos, não deveria”: Quando é que a população friburguense será de fato respeitada em sua dor, em seus direitos, em sua humanidade?

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