Odilon Medeiros*
Às vezes precisamos ser submetidos a grandes provas, muitas vezes por demais dolorosas, para sabermos que existe algo maior que nos une como irmãos. Nestes momentos, esquecemos nossos dogmas religiosos, nossa comodidade, a distancia física e qualquer outro empecilho para demonstramos o nosso cuidado com o outro. Algumas vezes colocamos em risco até mesmo a nossa integridade física, até mesmo a nossa própria vida. Isso prova que o ser humano não perdeu totalmente a sua essência, que é ser bom.
A imprensa, através dos mais diversos meios, entra na nossa casa e apresenta exemplos e mais exemplos do que estamos falando. O que talvez esteja nos faltando seja um olhar mais aprofundado para uma ação tão nobre. Focamos no acontecimento em si e esquecemos de dar o devido destaque às ações dos anônimos que agiram em prol de pessoas que, muitas vezes, nunca chegaram a sequer cumprimentá-los.
No final do parágrafo anterior citei as ações e é sobre elas que preciso voltar a falar. Em situações extremas, a nossa ação pode ser apenas de se indignar, de se chocar ficando emocionalmente abalado, de reclamar para um membro da família ou para um amigo sobre omissão das autoridades e alguns dias depois praticar a ação do esquecimento, discutir sobre a ganância, sobre a falta de escrúpulos de alguns empresários, sobre a irresponsabilidade e sobre a inconsequência... Ou simplesmente não fazer nada.
Por outro lado, podemos agir de verdade, levar um pouco de consolo, de afeto, de qualquer coisa que possa ser utilizado para minimizar o sofrimento do outro. E foi isso que várias pessoas fizeram. Elas agiram, na maioria das vezes de forma voluntária, para dar o mínimo de conforto às pessoas que foram afetadas numa recente tragédia que afetou não o Brasil, mas o todo o mundo devido às suas dimensões e consequências.
Foram fortes o suficiente para enfrentarem as condições que encontram, buscaram as forças que talvez desconhecessem que tivessem, superaram limites. Tentaram vencer obstáculos. Nem sempre conseguiram, mas não se deixaram abater.
Foram várias as formas de demonstração de solidariedade: ouvindo, falando, cuidando... dos outros e esquecendo de si mesmo. Sem distinção de raça, sexo, credo. Tudo em uma clara representação física do amor, da personificação do amor, como diz um dos meus mestres...
Se a dor dos envolvidos nesta triste história, com a participação destas pessoas foi grande, sem sombras de dúvidas, sem elas teria sido muito mais intensa.
Pessoas especiais: obrigado por vocês existirem! O mundo fica melhor porque vocês fazem parte dele.
As pessoas das quais falamos até agora deram exemplos de altruísmo, de comportamento humano, de cidadania e de amor ao próximo. E por essa razão que eu afirmo: viver vale a pena. Vocês deram provas disso!
Esse artigo é dedicado a todas as pessoas que de uma forma ou de outra estiveram envolvidas com a tragédia de Santa Maria.
(*) Odilon Medeiros, consultor em gestão de pessoas, palestrante, professor universitário, mestre em Administração, especialista em Psicologia Organizacional, pós-graduado em Gestão de Equipes, MBA em vendas. Contato: om@odilonmedeiros.com.br/www.odilonmedeiros.com.br
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