O PREFEITO Rogério Cabral tem externado em diversas oportunidades as dificuldades da administração municipal em fechar as contas de 2015, considerando a queda na arrecadação e a diminuição dos repasses dos governos federal e estadual. O discurso do mandatário está em sintonia com a quase totalidade dos municípios brasileiros que bate, de pires na mão, às portas dos gabinetes de Brasília, notadamente o do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
POR CAUSA da crise econômica, muitos projetos são postergados, obras ficam inacabadas e até mesmo os salários do funcionalismo ficam comprometidos. Frequentemente ouvimos notícias sobre atrasos, demissões e parcelamentos de salários como única alternativa para equilibrar as contas públicas de estados e municípios. Em Nova Friburgo não é diferente.
SEMPRE QUE recebe um governante solicitando recursos federais, o ministro Levy faz questão de posar para fotos na frente da parede do Ministério da Fazenda onde se localiza o cartaz com o conceito da Lei de Responsabilidade Fiscal: “Agora o Brasil só gasta o que arrecada”.
INFELIZMENTE, as prefeituras não seguiram o lema governamental e o próprio Palácio do Planalto vem dando maus exemplos, a começar por gastos excessivos com uma burocracia estatal que, nos últimos anos, aumenta em número e consome cada vez mais recursos, bancados com os impostos dos contribuintes. Hoje, o governo federal tem 618 mil funcionários. Entre esses, inclui-se uma elite que, graças ao acúmulo de gratificações e vantagens, consegue auferir ganhos mensais superiores aos de ministros e aos da própria presidente da República — situação incompatível com a realidade financeira do país.
O PLANALTO deveria dar o exemplo cortando gastos na máquina administrativa, em vez de tentar convencer os brasileiros da urgência de um ajuste fiscal. É inadmissível que, enquanto famílias e empresas apertam o cinto, os responsáveis pela condução de políticas governamentais continuem a viver como se fizessem parte de outro mundo.
Deixe o seu comentário