Viva o Zé da Merenda

sexta-feira, 03 de abril de 2009
por Jornal A Voz da Serra

A situação da educação em Goiás, como foi visto no Fantástico no domingo que passou, não é diferente do resto do Brasil. Estudantes e trabalhadores de escolas e universidades públicas enfrentam no seu cotidiano o sucateamento e o descaso do estado e do país com a educação. Tudo isso não acontece por acaso. Este sucateamento das instituições públicas de ensino é uma estratégia neoliberal para justificar a privatização da educação. A questão central da educação brasileira não é a falta de recursos. O país gasta bastante dinheiro em educação, em torno de 5,5% do PIB. Por exemplo, mais do que o Japão e Itália (4,8%) e o Chile (4,3%). O problema é que ele gasta errado. Por um lado, concentra os gastos no ensino superior, onde os retornos dos investimentos são em geral menores. O gasto com o aluno ao ano no ensino superior é algo em torno de 12 e 10 vezes maior do que, respectivamente, nos ensinos fundamental e médio. Em contraste, nos Estados Unidos esses números são somente 3 e 2,4. Por outro lado, gasta com quem não precisa. Estimativas mostram que cerca de 76% das despesas públicas com ensino superior atingem os 20% mais ricos da população, ao passo que somente 3% dos mesmos se destinam aos 60% mais pobres da população. Esse tema parece ser tão complicado de ser discutido, não é? Porém, se for analisar com cuidado, é bem simples. Analisem: quais seriam os problemas da educação brasileira? Quais são as vantagens de ter uma educação como essa? Por que os políticos são negligentes quanto a esta situação? E por que não fazemos nada? Qual seriam as soluções? Os problemas são os seguintes: falta qualidade no ensino, péssima estrutura das escolas, falta interesse dos alunos, criação dos pais, professores desqualificados, negligência política. Todos esses problemas estão num ciclo, pois cada um gera o problema de outro, por exemplo, a criação dos pais perante os filhos provoca o desinteresse dos filhos na escola, que gera indiretamente uma falta de qualidade no ensino, pois não existe exigência dos alunos perante o governo brasileiro, que é um direito deles. E também, fazem muitos trabalhos em equipes, onde nem todos da equipe têm conhecimento suficiente (ganha nota nas costas dos mais inteligentes) depois são diplomados e os “erros” acontecem. Em matéria de erros, temos um bom exemplo do nosso presidente (cada dez palavras ditas, oito contêm erros). Entre 57 países pesquisados o Brasil ficou em 52º lugar, perdendo inclusive para países muito mais pobres que o nosso. Confirmado, portanto o porquê de nós termos esse governo, populista, demagogo, explorador da classe trabalhadora, etc.

Entende-se o porquê de haver tanto político nos fazendo de burros com a maior cara de pau.

Entende-se também porque tem tanta gente defendendo esses crápulas. Esses não têm a capacidade de raciocínio, vivem citando governos anteriores, não têm capacidade de sonhar com um país melhor, são conformista, são derrotados que aceitam qualquer esmola, alguns são considerado “classes inferiores” e ainda o aplaudem. Em relação aos políticos, eles tomam essas atitudes, sabe por quê? Primeiro não querem que a população brasileira tenha conhecimento, pois, senão, vai exigir demais, daí seria ruim para eles, porque terão que gastar mais o seu precioso capital com a “gentalha”, e, nós somos bastante acomodados e não possuímos conhecimentos suficientes sobre os determinados assuntos para fazer alguma exigência aos políticos. Aí precisamos ver na TV um Zé da Merenda percorrer quilômetros e quilômetros em lombos de burros, para levar a  tal merenda escolar que para muitos será a única refeição do dia, enquanto nosso presidente só pensa em eleger a Dilma e viajar pelo mundo soltando verbo em frases mal colocadas, provando que o nosso Brasil é “mal-educado” mesmo...

 

Vilmar Bitencourt – vbitencourtt@gmail.com

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