Vitória sobre o câncer de próstata

quinta-feira, 06 de março de 2014
por Jornal A Voz da Serra

Ainda em 1992, o pai de Jorge Elias faleceu de câncer de próstata. Com diagnóstico tardio e pouco conhecimento sobre a doença, ele havia se submetido a todos os tratamentos possíveis, mas não resistiu.

Jorge — policial civil aposentado — a partir de então deu mais atenção à sua saúde — inclusive porque a hereditariedade é um dos fatores para o aparecimento de cânceres. Todos os anos ele fazia exames, tanto o de toque quanto o de sangue PSA. "Com 55 anos, descobri que estava com o PSA alterado. O médico pediu uma biópsia, mas não dei importância e não fiz. Foi um erro”, reconhece Jorge Elias. 

Seis meses depois, um novo teste de PSA deu muito alto e não teve jeito: Jorge teve que fazer a biópsia e o resultado foi positivo para o câncer de próstata. "Aí começa outra situação: nós, humanos, temos a mania errada de associar câncer com a morte. Sei que não é nada disso”, explica. "Por alguns instantes, mergulhei em pensamentos ruins, sem sentido, mas voltei à realidade e perguntei ao médico o que poderíamos fazer. Ele me disse que, como estava no início, o câncer teria cura.”

Jorge Elias enfrentou o tratamento e, como havia previsto seu médico, o câncer está agora em remissão. "Hoje, três anos após as cirurgias, me sinto muito bem. Não fiquei com nenhuma sequela física ou emocional. Criei um blog onde falo da importância de se fazer os exames periódicos sem medo, vergonha ou tabu. O homem que é homem não deixa a família chorando à beira de um caixão por mero preconceito”, ressalta. 

 

Conheça os grupos de maior risco para o surgimento do câncer

"Para os homens que têm preconceito, vergonha ou tabu com o ‘toque’, deixo um alerta: não troque a felicidade de suas famílias pelo seu preconceito. Não as faça sofrer. Seja homem, vença primeiro o preconceito e depois vença o câncer”, aconselha Elias. E complementa: "Agora vejo a vida com mais cores e mais luz. Está mais bela, tem mais valor. Meu objetivo é mostrar para as pessoas que não descuidem de suas vidas. Façam exames periódicos. Não deixem que as doenças deem seus sinais, pode ser tarde. Sua vida é muito importante, para você, seus familiares e amigos”, comenta Jorge Elias.

Grupo de risco – O câncer de próstata, que só perde para o de pele na mortalidade masculina, ocorre quando aparece um tumor na glândula que é responsável por produzir parte do líquido seminal. Ele atinge, na maioria das vezes, homens com idade avançada, com casos de câncer na família, principalmente parentes de primeiro grau — pai ou irmãos — e a população negra. Alimentação com muita gordura saturada também pode ser um fator de risco.

O ideal, estando em grupo de risco ou não, é fazer o teste de sangue, o PSA. Se der níveis elevados, isso pode indicar uma alteração na próstata. Mas esse exame sozinho não é um indicativo seguro. Por isso, é preciso complementar com o exame do toque. Já com esses dois exames é possível ter um bom indicativo e, a partir deles, o médico pode pedir a biópsia. Essa, sim, confirmará definitivamente o diagnóstico.


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