A OPERAÇÃO Lava Jato completa um ano e contabiliza mais do que as prisões preventivas ou temporárias de corruptos e corruptores que vinham saqueando a Petrobras. Também levantou o manto que encobria as falcatruas na política brasileira. A operação mostra, acima de tudo, que existem instituições independentes e confiáveis no Brasil, como a Polícia Federal e o Ministério Público, e que é possível restaurar a ética na administração pública.
BOA PARTE da apuração dos delitos e identificação dos criminosos deve ser creditada ao Ministério Público, que até bem pouco tempo teve questionado seu direito e poder de investigação. Também vem merecendo justo reconhecimento a atuação do Judiciário, que tem na Lava Jato uma oportunidade de demonstrar a sua vitalidade, imparcialidade e celeridade. Deve-se ainda exaltar a postura do juiz Sergio Moro como um digno representante da magistratura.
APÓS UM ANO, e em sua décima fase, fica evidente que a faxina pode estar apenas no começo. É generalizada a sensação de que as investigações, as prisões e os indiciamentos levarão, inevitavelmente, à condenação de um número de pessoas jamais registrado no país num escândalo com tantos delitos. Finalmente a sociedade fica sabendo como agiam as quadrilhas que combinavam a ganância das empreiteiras, o abastecimento de caixa dos partidos e dos políticos com a extorsão sistemática de servidores.
ALÉM DA identificação do extraordinário volume furtado e das ações para reparação parcial dos danos causados à Petrobras, a Operação Lava Jato é também uma contribuição ao fortalecimento da cultura da vigilância e da responsabilização. Com ela, está sendo possível resgatar pelo menos parte da imagem da atividade pública. Uma vitória da ética e um passo a mais no fortalecimento da democracia.
Deixe o seu comentário