Sonhos e muita fé. Nesse binômio todo mundo tem que acreditar. E a Vilage no Samba encontrou uma forma muito bem humorada para convencer a população disso com o enredo A saga de José: Rei dos sonhos, príncipe da fé que retratou a história do filho predileto de Jacó. Alvo de inveja dos irmãos, ao conseguir interpretar os sonhos do Faraó, pela fé, tornou-se o salvador do país passando a ser reverenciado pelos hebreus no Egito antigo. Essa trajetória milenar ganhou corpo e forma a partir da mais popular das deusas egípcias, Ísis, homenageadas pelas 11 bailarinas da verde e branco de Duas Pedras na comissão de frente abrindo caminho para um desfile cheio de requinte, efeitos especiais e alegorias imponentes que impressionaram.
O povo de José, os hebreus; as riquezas do Egito, representada pelas baianas, e do Rio Nilo, simbolizada na evolução do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Betão e Alexandra, abriram caminho para a mostra do império faraônico na primeira alegoria. Aos passistas da agremiação coube representar em clima de folia os ismaelitas, sacerdotes egípcios, oficiais e conselheiros do Faraó, soldados egípcios, guardas reais e a chegada dos hebreus ao palácio real. A Vilage inovou mais uma vez ao trazer para o Carnaval friburguense atrações antes vistas somente nos desfiles do Rio de Janeiro. O desfile do segundo carro alegórico Os sonhos de José contou com coreografias intercaladas dos faraós e dos egípcios que ora apresentavam-se no chão, ora sobre a alegoria. Um show à parte na Alberto Braune.
A agremiação historicamente mais premiada no Carnaval friburguense também exaltou o sonho de liberdade acalentado pelo povo do Egito e a sua impressionante força da fé. Sob a batuta do mestre Riquinho, 130 ritmistas endeusaram José do Egito puxando representações dos sete anos de riqueza e pão proporcionados ao egípcios pelo homenageado no enredo. Foi o período das vacas gordas representada por uma ala inteira da escola. A fartura ganhou destaque ainda maior na terceira alegoria. Mas o desfile mostrou que nem tudo foi felicidade para o povo egípcio e, assim como na vida atual, os tempos difíceis surgiram com passistas que simbolizaram as tormentas (tempestades no deserto, miséria, aflição e fome).
O Faraó, poderoso por natureza, ganhou imponência gigante no desfile da Vilage numa das alegorias que abriu caminho para a mostra da primavera no deserto. Afinal, como quis representar a comissão de carnaval da verde e branco, ‘depois da tempestade, sempre vem a bonança’. A demonstração de fé e esperança em tempos melhores vieram com Bruno e Cassiane, segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, os passistas símbolos da perseverança e da paz e a celebração a Jacó, pai de José no carro Reencontro da família.
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