Agremiação com o maior número de títulos já conquistados—23 ao todo—, a Vilage no Samba abriu o desfile das escolas de samba no domingo, 10, em clima de muita música e alegria. Com o enredo “Vem ver a Vila passar cantando coisas de amor”, a verde e branco de Duas Pedras enalteceu a Música, que, segundo o dito popular, aconchega a alma, dá paz ao espírito e alegra os corações. Para contar a história da música, a Vilage mergulhou nos primórdios e buscou inspiração nas musas da mitologia que entoavam cânticos com a lira de Apolo. A agremiação enalteceu também a criação dos instrumentos, os grandes concertos e todo o glamour das bandinhas do interior que faziam antigamente as cidades pararem para vê-las se apresentar. E neste ritmo a Vilage reverenciou a mais antiga expressão musical em atividade de Nova Friburgo, a banda sinfônica Euterpe Friburguense, que está em clima de parabéns por conta de seus 150 anos no próximo dia 26. A diretoria da banda e seus músicos ganharam destaque no carro alegórico “Bravo! Euterpe querida”, empolgando o público. A banda retratada no desfile como musa mostrou por que encanta multidões ao longo da história.
A magia e o encantamento dos grandes espetáculos musicais deram a largada com a comissão de frente coreografada por Monara Costa, figurinos de Eduardo Bueno e intitulada “Bravo! o show vai começar”, uma alusão do abrir das cortinas. A primeira delas, a honra do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira ao pavilhão da escola, Betão e Alessandra, pedindo passagem para o abre-alas Acorde do Carnaval, com a águia símbolo da Vilage. Com muito brilho e empolgação do público, a escola ainda destacou a participação da música nos rituais de cura, cultos indígenas e as notas da felicidade, além da influência da Corte Portuguesa na promoção de grandes festas nos palácios regadas a música, presente mesmo em tudo, e, obviamente também na folia do carnaval. Outro destaque do passeio da Vilage pela música em todas as suas variadas expressões foi a explosão de emoção e alegria da bateria Furiosa da Serra, com sua rainha Thaiane Rocha. A Vilage deu ainda uma aula de história da música com uma ala multicolorida que representou os charamelleyros, os músicos que abrilhantavam as festas religiosas.
A presença marcante dos negros ganhou destaque no carro alegórico “Negritude”, com alusões em alas do maracatu, folias de reis, congadas e forrozeiros. Destaque também para o charme da dança dos cisnes, com uma alegoria digna dos aplausos na passarela do samba da Alberto Braune. A alegria do diretor de carnaval da escola, Jeferson Lima, compositor e vencedor de cinco sambas no carnaval carioca, era o puro retrato dos foliões da Vilage.
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