Um encanto. Toda a pureza e a inocência do imaginário infantil ganharam vida com brilho e colorido no desfile da Vilage no Samba, que agradou crianças de todas as idades com o enredo “Filhos do faz de conta”, no carnaval da verde e branco de Duas Pedras.
Logo na comissão de frente a agremiação atraiu a curiosidade do público pela singeleza do tema aliada à imponência do desfile com suas sambistas-bonecas. A coreografia foi de Monara Costa e abriu espaço para a passagem de uma encantadora casa de bonecas no abre-alas. Logo em seguida foi a vez dos foliões empolgados e fantasiados de toucadores, bonecas francesas, orientais e bruxinhas representarem toda a magia e o encantamento de famosas histórias infantis.
A fantasia do faz de conta com os bruxos e a boneca-mãe ganhou vida com a empolgação dos 1,2 mil foliões que mostraram muito samba no pé e garra. Até mesmo os horrores típicos das maldições retratadas em algumas fábulas infantis foram vencidos pela alegria reinante do carnaval da escola.
Os personagens das fábulas encarnaram-se na bateria “Furiosa” da Vilage no Samba, precedida pelas baianas, que deram um colorido especial na passarela tomada com um reluzente amarelo ouro. Os casais de mestre-sala e porta-bandeira, Betão e Alexandra e Bruno e Érica, empolgaram com a mostra de toda a paixão pelo pavilhão verde e branco.
O passeio pelo imaginário da garotada ganhou representações numa sequência de alas da agremiação. Personagens como os soldados do bem, os guerreiros medievais, as “mãos da ilusão” e os servos foram destaque no enredo organizado pela comissão de carnaval da escola.
Na alegoria “Castelo da desilusão”, muita imponência, efeitos especiais e luzes para retratar o simbolismo do vasto universo das histórias infantis, abrindo espaço para as bailarinas, soldadinhos, príncipes e princesas, rainhas, palhaços e personagens do eterno Sítio do Picapau Amarelo.
Aliás, a obra de Monteiro Lobato ganhou uma alegoria exclusiva: a “Boneca Falante”—homenagem a uma das personagens mais famosas da criação do autor, a Emília. A boneca, conhecida mundialmente, encantou não só a garotada que vibrou com o desfile cheio de coreografias, bailarinas e princesas, mas também o público: uma verdadeira brincadeira de criança com muito samba e amor pela verde e branco na disputa pelo campeonato.
“É uma pena que muitas crianças, hoje em dia, não conheçam a magia das historinhas infantis, com personagens como a Branca de Neve, Cinderela, Rapunzel. Hoje, os desenhos e filmes são cheios de efeitos de computador que anulam o imaginário infantil”, disse a professora Elida Marinho, que fez questão de acordar a filha de dois anos, Vitória, numa das arquibancadas, para ver o desfile. “Valeu a pena. Ano que vem ela quer desfilar de bailarina”, afirma Elida.
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