Juliana Scarini
O complexo residencial Vila Dom Bosco, localizado no Cordoeira, vem acumulando diversos problemas há anos. Com 384 apartamentos, o local possui em média 1.500 moradores que, atualmente, sofrem com ratazanas em todo o bairro. Segundo o presidente da Associação de Moradores da Vila Dom Bosco, Jorge Nicrotão, este é um problema que sempre existiu, mas, desde a tragédia de janeiro do ano passado, só se agravou. Andando pelos corredores do complexo residencial, Jorge perguntava a todos se tinha rato nas residências e a resposta era uma só: “é o que mais tem aqui!”.
A Defesa Civil interditou e marcou várias casas para demolição. No entanto, os donos dessas residências continuam morando por lá. O cheiro de esgoto em todo o bairro é muito forte e, de acordo com os moradores, há muito tempo não se faz uma limpeza da rede. Grande parte dos problemas gerados no bairro tem relação com a enorme quantidade de lixo irregular depositado no meio da rua. Logo na entrada já é possível ver muito lixo. Subindo a rua principal, um terreno vazio virou um verdadeiro lixão, no qual os moradores jogam móveis velhos, pedaços de madeira e outros detritos. Além disso, restos de materiais de construção são encontrados no entorno do bairro.
Quem trafega pelo local logo percebe que a localidade necessita de melhorias. Calçamento e escadas que ligam um bloco ao outro estão completamente danificados. Um muro que apresenta uma rachadura há mais de um ano já foi tema de reportagem de A VOZ DA SERRA, mas até hoje o indício de que todo o trecho pode cair não foi sanado.
No alto da Vila Dom Bosco há uma caixa-d’água que abastece a comunidade e o Conjunto João de Barro, também no Cordoeira. Mas as tampas dessa caixa-d’água estão abertas e os canos apresentam vazamentos e estão emendados com fita isolante. “A gente fica medo que alguém jogue alguma coisa nessa caixa-d’água”, diz Jorge Nicrotão, temendo que ocorram atos de vandalismo. Em nota, a Águas de Nova Friburgo informou que quanto a isso a comunidade pode ficar despreocupada, pois a análise da água de toda a cidade é feita a cada duas horas e, havendo irregularidades, são tomadas as devidas providências.
Jorge ainda lembrou que como não tem nenhum impedimento de acesso ao terreno onde se localiza o reservatório, várias vezes fecham o registro e todo o bairro fica sem água. “O acesso à caixa-d’água deveria ser restrito. Os canos e o registro ficam expostos”, frisa, lembrando que apesar deste problema, o bairro não sofre mais com falta de água e o reservatório tem atendido bem a todas as residências. De acordo com a assessoria de imprensa da Águas de Nova Friburgo, “foi feita uma nova vistoria no reservatório Dom Bosco e podemos observar sinais de depredação e o sumiço de dois cadeados. A unidade vem sendo alvo constante de atos de vandalismo e a concessionária providenciará novos cadeados para a unidade, mas solicita a colaboração da comunidade na preservação da mesma”.
No mesmo terreno em que está localizado o reservatório aconteceu a queda de uma barreira. As obras de um muro de contenção já foram iniciadas, porém, há aproximadamente quatro meses não se vê continuidade do projeto. A obra não chegou nem a metade do previsto e o muro já apresenta rachaduras. O presidente da associação de moradores contou que, quando chove, o volume de água pluvial que desce da barreira é tão grande que todo o terreno fica inundado. Por esse motivo, ele lembra da importância de construção do muro.
Deixe o seu comentário