Henrique Amorim
Os cerca de 500 vigilantes que atuam em Nova Friburgo nos bancos, repartições públicas e da Justiça, empresas particulares e nos carros fortes (de transportes de valores) estão de braços cruzados, a fim de conseguirem aumento de salário. A categoria aderiu à greve deflagrada no Estado e que já atinge diversos municípios fluminenses há duas semanas. Os vigilantes têm atualmente piso mensal de R$ 800 e pleiteiam 10% de ganho real, mais o acumulado da inflação. As empresas de segurança ofereceram esta semana 1,5% de aumento, o que acabou reforçando o movimento. Os vigilantes haviam feito paralisações semana passada em Nova Friburgo e agora a greve, por tempo indeterminado, foi deflagrada desde a última quarta-feira, 30 de março, depois que a categoria recusou a contraproposta patronal.
— Oferecer 1,5% é ridículo. É zombar da gente. O pior é que não há ainda sequer alguma nova rodada de negociação prevista. Enquanto isso, permaneceremos de braços cruzados — disse o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança, Vigilância, Transporte de Valores, Cursos de Formação e Similares de Nova Friburgo e Região, Manoel do Nascimento, confirmando a adesão ao movimento em pelo menos outros seis municípios do Centro-Norte fluminense.
Os vigilantes solicitam também o pagamento integral do acréscimo nos salários de 30% de adicional de periculosidade já aprovados anteriormente.
— Trabalhamos expostos a qualquer sorte, correndo risco de termos que nos confrontar com assaltantes e ter que garantir o patrimônio ao qual servimos. Recebemos até agora só 5% de adicional de periculosidade. Agora queremos os 27% restantes divididos em três parcelas de 9% e nem assim as empresas querem negociar — completou Nascimento. A categoria pleiteia ainda a redução do desconto nos salários de 20% para 4,5% para concessão do ticket-refeição que hoje é de R$ 8,40 por dia. Outra reivindicação é a concessão de benefícios, como assistência médica.
Sem vigilantes, bancos não podem atender ao público
Com a greve, os bancos em Nova Friburgo tiveram que suspender o atendimento ao público devido à falta de vigilantes nas agências, como prevê a lei. A segurança nas agências é feita por empresas terceirizadas. Sem o transporte de valores, as agências bancárias não deverão ser abastecidas com dinheiro, prejudicando também os saques de clientes nos setores de autoatendimento. Alguns manifestantes acreditam que poderá começar a faltar dinheiro nos caixas eletrônicos já neste fim de semana, pois os carros fortes da base do sindicato não estão circulando.
Na quarta-feira, os vigilantes em greve fizeram um apitaço em frente ao Itaú da Avenida Alberto Braune, forçando a abertura da agência. O mesmo aconteceu também no Santander, no distrito de Conselheiro Paulino. Os vigilantes em greve têm mantido ainda plantões nas portas dos bancos para informar a população sobre os motivos da paralisação. Também estão com o funcionamento prejudicado o Ministério Público, a Justiça do Trabalho e o Fórum.
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