Vigilantes em greve por aumento de salário

sexta-feira, 01 de abril de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Vigilantes em greve por aumento de salário
Vigilantes em greve por aumento de salário

Henrique Amorim

Os cerca de 500 vigilantes que atuam em Nova Friburgo nos bancos, repartições públicas e da Justiça, empresas particulares e nos carros fortes (de transportes de valores) estão de braços cruzados, a fim de conseguirem aumento de salário. A categoria aderiu à greve deflagrada no Estado e que já atinge diversos municípios fluminenses há duas semanas. Os vigilantes têm atualmente piso mensal de R$ 800 e pleiteiam 10% de ganho real, mais o acumulado da inflação. As empresas de segurança ofereceram esta semana 1,5% de aumento, o que acabou reforçando o movimento. Os vigilantes haviam feito paralisações semana passada em Nova Friburgo e agora a greve, por tempo indeterminado, foi deflagrada desde a última quarta-feira, 30 de março, depois que a categoria recusou a contraproposta patronal.

— Oferecer 1,5% é ridículo. É zombar da gente. O pior é que não há ainda sequer alguma nova rodada de negociação prevista. Enquanto isso, permaneceremos de braços cruzados — disse o presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Segurança, Vigilância, Transporte de Valores, Cursos de Formação e Similares de Nova Friburgo e Região, Manoel do Nascimento, confirmando a adesão ao movimento em pelo menos outros seis municípios do Centro-Norte fluminense.

Os vigilantes solicitam também o pagamento integral do acréscimo nos salários de 30% de adicional de periculosidade já aprovados anteriormente.

— Trabalhamos expostos a qualquer sorte, correndo risco de termos que nos confrontar com assaltantes e ter que garantir o patrimônio ao qual servimos. Recebemos até agora só 5% de adicional de periculosidade. Agora queremos os 27% restantes divididos em três parcelas de 9% e nem assim as empresas querem negociar — completou Nascimento. A categoria pleiteia ainda a redução do desconto nos salários de 20% para 4,5% para concessão do ticket-refeição que hoje é de R$ 8,40 por dia. Outra reivindicação é a concessão de benefícios, como assistência médica.

Sem vigilantes, bancos não podem atender ao público

Com a greve, os bancos em Nova Friburgo tiveram que suspender o atendimento ao público devido à falta de vigilantes nas agências, como prevê a lei. A segurança nas agências é feita por empresas terceirizadas. Sem o transporte de valores, as agências bancárias não deverão ser abastecidas com dinheiro, prejudicando também os saques de clientes nos setores de autoatendimento. Alguns manifestantes acreditam que poderá começar a faltar dinheiro nos caixas eletrônicos já neste fim de semana, pois os carros fortes da base do sindicato não estão circulando.

Na quarta-feira, os vigilantes em greve fizeram um apitaço em frente ao Itaú da Avenida Alberto Braune, forçando a abertura da agência. O mesmo aconteceu também no Santander, no distrito de Conselheiro Paulino. Os vigilantes em greve têm mantido ainda plantões nas portas dos bancos para informar a população sobre os motivos da paralisação. Também estão com o funcionamento prejudicado o Ministério Público, a Justiça do Trabalho e o Fórum.

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