Thereza Freire Vieira (*)
O envelhecimento traz consigo limitações, menores ou maiores, e inclusive o envelhecimento não acontece sempre da mesma maneira nos vários tecidos, vísceras, sistemas ou aparelhos. Importante é que, à medida que as anormalidades vão surgindo, sejam corrigidas.
Há pessoas que relutam em usar óculos e, mesmo que para ler tenham que colocar o jornal ou livro há dois metros de distância, continuam sem procurar um oculista. Essas pessoas preferem, quando vão à rua e querem ver o nome de uma peça de teatro ou o filme que está passando, pedir a quem está do lado para ler. Tinha uma tia que pedia para quem passasse por perto para ler o que ela queria saber; um dia, disse a um rapaz que passava que lesse para ela porque não sabia ler, o rapaz duvidou, mas atendeu sorrindo. Era dentista e tinha vergonha de usar óculos, mas não tinha vergonha de dizer que era analfabeta!
Com a consulta ao oftalmologista, poder-se-á saber se alguma coisa grave está acontecendo ou se é um problema que pode ser resolvido com as lentes.
O mesmo pode acontecer se se notar que a audição está diminuindo. Um otorrino poderá fazer um exame completo de audiometria e dirá se tem presbiacusia, se apenas ouve e não compreende, pois com o acompanhamento médico saberá quando será indicada uma prótese auditiva.
Há os que rejeitam o uso de uma bengala porque têm vergonha de sair à rua, sentindo-se aleijados e não compreendem que seria apenas um ponto de apoio que lhes daria mais segurança em suas caminhadas.
Há tantos problemas que não podem ser corrigidos que melhor seria ir aos poucos procurando uma solução, à medida que os problemas fossem surgindo e acompanhados por um profissional que ajudasse a resolver o caso.
Estariam facilitando a convivência familiar e poderiam continuar as suas leituras, pois quem gosta de música e de ler tem um maravilhoso passatempo. Tanto melhor quanto mais independentes forem.
(*) – Médica e escritora, colaboradora de jornais e revistas do país.
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