Quem acompanha a trajetória artística e profissional do poeta e dramaturgo Arnaldo Luis Miranda sabe que sua especialidade é mesmo surpreender. Nos últimos dez anos, ele não tem feito outra coisa. Em 2002, ao deixar a Secretaria Geral da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), e transferir sua empresa de economia criativa, a Cia do Ar. Ações em Cultura, para a serra, criou o selo editorial Girlam Editores e lançou o tabloide “Atlântica intermídia de cultura e ideias”, que circulou entre 2003 e 2005, com distribuição nos principais pontos turísticos de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, e publicou também “Archeiro sonetos canções e poemas de amor paixão e amizade” (2004), seu segundo livro de poesias.
Em seguida, produziu (com Deise Clement) e apresentou o programa Arnaldo Miranda Entrevistas, exibido semanalmente pela TV Focus, onde conversava com grandes personalidades de diferentes setores da cultura brasileira—o teólogo Leonardo Boff e o jornalista Villas Boas Corrêa, entre outras—em belas paisagens da Região Serrana do Rio. Em 2008, atualizou e reeditou “A caminhada de uma cidade livre”, de Girlam Miranda, resumo histórico da formação e desenvolvimento de Nova Friburgo, muito bem-recebido por alunos e professores que encontraram na publicação para-didática uma excelente fonte de informação, ricamente ilustrada, acerca dos principais momentos do município e região.
Seu trabalho de cantor e compositor veio a público quando escreveu e produziu em vídeo a peça pop-sinfônica “Nós que amamos a vida” (2009), que reuniu grandes músicos da Região Serrana fluminense em gravações entre Nova Friburgo e Rio de Janeiro, com arranjos do pianista Anderson Erthal, em homenagem à organização internacional Médicos Sem Fronteiras. “Nós que amamos a vida” contou ainda com a participação de meninos e meninas do coral infantil da Escola de Música da Rocinha (Rio), sob a regência de Valéria Corrêa.
Depois, foi a vez dos videoclipes musicais “No amor” (2009), com as participações de Angela e Vitoria Juliani e de sua filha Carolina Berbert, e “Flores da serra” (2010), animação de Ilson Junior, com tomadas iniciais no Parque Estadual dos Três Picos, premiado em festival de curtas de animação no ano passado, em São Paulo.
Em 2011, veio o lançamento de “Flores da Serra”, seu primeiro disco autoral, cuja página no Facebook até hoje não para de adicionar amigos. Era o ano da tragédia climática que abateu a serra fluminense e Arnaldo, depois de recuperar sua casa em Nova Friburgo (ele reside no Rio), subiu ao palco da choperia Mais 1, em julho, para fazer o seu primeiro show ao lado do multi-instrumentista Piter Toledo, da cantora Jozi Lucka, do compositor Giovanni Bizzotto, do violonista Rodrigo Garcia, do tecladista Tiquinho Santos, dos multi-instrumentistas Ney e Kauan Velloso e do tenor Ágni de Souza, amigos que participaram da gravação do “Flores”.
Surpreendeu. Mas, claro, não parou por aí...
VIDEODANÇA “AMIS DE CHAMBRE”
Nos dias 17, 18 e 19 de dezembro próximos, o Teatro Municipal de Nova Friburgo vai de transformar num set de filmagem para as gravações da videodança “Amis de chambre”, tendo como tema musical o blues de mesmo nome do repertório do novo disco do cantor e compositor, “Archeiro”, com lançamento previsto para 2013. “Ainda sem local e data definidos, estamos estudando ofertas e possibilidades”, diz Anderson Erthal, sócio da Cia do Ar. Ações em Cultura.
Pas de deux coreografado pelo premiado coreógrafo carioca Marcio Cunha, com assistência de direção de Juliana Nogueira, designer de movimento da peça infantil “Paparutas”, de Lázaro Ramos, em cartaz atualmente no Rio, o poeta se aventura agora em nova frente e divide a cena com a bailarina Talia Bedotti, brasileira radicada na Espanha que se encontra, desde setembro, no Rio de Janeiro, onde ocorrem os ensaios (vide fotos).
Dos mesmos realizadores dos demais videoclipes da CorteSeco, selo audiovisual da Cia do Ar. Ações em Cultura, a direção de fotografia é de Sérgio Martins e a direção geral e edição é de Ilson Junior, cineasta e animador recentemente premiado no Canadá com a sua web série Phill. Regina Lo Bianco, um dos grandes nomes da fotografia na Região Serrana, também participa do projeto como convidada especial. A produção executiva é da jornalista Priscila de Lima, maquiagem e penteados levam a assinatura de Tamara Tardin e Hugo Corrêa responde pelos figurinos.
OS VIDEOCLIPLES FICCIONAIS
“Os nossos videoclipes”, explica Priscila o conceito de produção da CorteSeco, “contam histórias ou, então, encenam coreografias de videodança, com personagens ficcionais construídos a partir das letras das canções e/ou poemas do Arnaldo, gravados em locações de impacto da região serrana fluminense e da cidade do Rio de Janeiro. Dessa vez, a escolha recaiu sobre o Teatro Municipal de Nova Friburgo, graças à excelente acolhida que o projeto recebeu por parte do atual secretário de Cultura do município, jornalista e escritor David Massena.”
Sempre com a iniciativa de apresentar uma ou mais músicas dos discos do artista em um formato audiovisual marcante e variado, os realizadores optaram, neste caso, pela utilização da linguagem contemporânea da videodança, uma vez que pareceu evidente a todos a sintonia da música proposta com o universo da dança e a estética dos corpos em movimento.
A videodança “Amis de chambre” conta a história de uma dupla de bailarinos que ensaia uma coreografia para a gravação de um clipe musical junto com o coreógrafo, o diretor de fotografia e o diretor de vídeo, mesclando elementos de bastidores do processo, além de outros tipos de interação do casal de personagens da letra da canção, que tem como tema os amores furtivos.
APOIOADORES & PARCEIROS
A produção conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Nova Friburgo, do restaurante Sabor Brasil, da agência de viagem Turisvéu, do Hotel São Paulo, e também com as parcerias de Alfaomega Produções, Centro Cultural Carioca Dança, Cia Marcio Cunha Dança Contemporânea e Singularidade e A Voz da Serra.
Quem quiser adquirir uma cópia antecipada (e autografada) do CD “Archeiro” pode escrever para ciadoar.cultura@gmail.com ou mandar mensagem pelo Facebook na página do Projeto Flores da Serra. A prensagem terá edição limitada. O preço quem faz é o público do artista. Cada um desembolsa o quanto acha que o disco deve custar dentro daquilo que pode pagar. O valor sugerido é o mesmo do disco anterior, apenas R$20,00.
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