Lucas Vieira
Há quanto tempo existe a Combo S/A?
Bem, entre idas e vindas, a banda existe há três anos. Essa formação está junta há dois.
Qual é a formação de vocês como músicos? Como começaram a tocar, o que ouviam?
Cada um meio que vem de um lado.
Cresci ouvindo Henry Mancini, Vincent Bell, John Lennon e mais um monte de coisa que volta e meia redescubro no meio de LPs. Sempre quis tocar piano, mas tinha um violão antigo em casa e, depois de ver Beatles, Animals e companhia, a coisa começou ali pelo violão mesmo. Daí, saí tentando tocar todo e qualquer instrumento que aparecia pela frente (risos).
Já o Pedro parece que começou direto no baixo, o que é interessante. O background dele é diferente — se não me engano começou depois de ouvir Dire Straits. Daí pegou o baixo e "tadã”.
O Sergio, até onde me lembro, começou na bossa. Filho de músico, não caiu longe do pé. Estudou com excelentes professores e tal. O lance dele era música brasileira e jazz, instrumental. A gente que conseguiu arrastá-lo de vez pro rock com a desculpa de "faz pelo menos esse show aí, quebra essa pra gente” (risos).
O Douglas é guitarrista de alma. Acho que "Hendrix e companhia” vai mais direto ao ponto do que tentar explicar. Só que, como costumo brincar, é um guitarrista educado, um guitarrista com "finesse musical”.
E, coincidência ou não, acabou que todo mundo está ou esteve estudando música na Candido (Escola de Música da Universidade Candido Mendes).
Como é a vida profissional dos integrantes da banda? Pensam em viver só da música?
Douglas e Sergio têm seu trabalho "normal”, como dizem alguns. Sabe como é, muita gente ainda insiste em separar arte de trabalho – mal sabem quanto a gente trabalha.
Eu e Pedro estamos integralmente na música. Músicos full-time, mesmo.
Todos pretendem viver só de música. Bem, posso dizer por mim, mas, até onde sei, é o plano de todos.
É difícil para um artista fazer shows em Nova Friburgo hoje?
As oportunidades são um tanto escassas por aqui. Os artistas se juntam pra tentar movimentar o lugar e, ao mesmo tempo, todos vão tentando abrir caminho com suas bandas e/ou individualmente.
Na verdade existe mais espaço pro pessoal que faz covers ou versões de sucessos do que pros artistas que seguem trabalhando e investindo em seu material autoral. E olha que não são poucos os grupos que se baseiam em composições próprias.
Mais espaços destinados a apresentações talvez fossem uma saída. Um calendário mais frequente e bem distribuído de atrações. Ou incentivo público. É uma grande bola de neve, sabe?
No entanto, parece que Friburgo vem conseguindo sair lentamente do "coma artístico” em que se encontrava graças aos esforços de uma galera boa.
Vocês acabam de gravar na prestigiada Toca do Bandido, após ter sido selecionada, entre outras bandas, para o projeto Converse Rubber Tracks. Como foi viver essa experiência?
É, finalmente lançamos o single "Vamos Viajar/O Último Vestido Que Não Escolheu”. Apesar de ser um grupo de "pessoas vinil”, poder colocar uma bonus track é um luxo que o CD permite, e lá está ela. De toda maneira tentamos mantê-lo visualmente o mais próximo possível de um compacto de sete polegadas.
Receber a notícia já foi surreal, gravar lá no Toca do Bandido, então... Passar um dia gravando num dos melhores estúdios do país, com todo o pessoal excelente do estúdio e um produtor/engenheiro de som como o Aaron Bastinelli... Olhar o equipamento disponível já seria como ir a um parque de diversões (risos).
Foi uma experiência incrível. Talvez pudéssemos ter experimentado mais, tentado outras coisas, "surtado” mais em estúdio. No fim das contas, o resultado é o single que lançamos, "quase ao vivo”. Na medida. Ficou bem Combo S/A.
O que esperar da Combo S/A em 2015?
Quem sabe? Como já diria o grande Ringo Starr: "Tomorrow never knows” (risos).
Deixe o seu comentário