O abaixo-assinado feito por moradores do Paissandu solicitando a instalação de um redutor de velocidade no viaduto Geremias de Mattos Fontes está fazendo aniversário nesta terça-feira, 31. Protocolado há exatamente um ano na Prefeitura de Nova Friburgo, o documento ainda não recebeu um parecer da Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu).
“Não tivemos nenhuma resposta da prefeitura, e os acidentes continuam acontecendo”, disse Mário Amêndola (foto), dono de uma banca de jornal na rotatória da Praça Marcílio Dias, onde o manifesto recebeu cerca de 100 assinaturas em julho do ano passado. “Muita gente apoiou a causa. Essas pessoas estão aguardando uma posição efetiva da Smomu sobre a questão”, afirmou ele, que mora às margens do viaduto há 40 anos.
A VOZ DA SERRA procurou a Smomu nesta segunda-feira, 30, que, em nota, informou estar estudando uma forma de implantar um redutor de velocidade no local. “Não é possível instalar um quebra-molas, como solicitam os moradores, em um eixo-rodoviário”, disse a prefeitura na nota.
Moradores ouvidos pelo jornal, porém, disseram que em vez de lombadas, a solução seria a instalar, no ponto mais alto do viaduto, um redutor de velocidade eletrônico semelhante ao que existe na rodovia RJ-130 (Nova Friburgo-Teresópolis), em frente ao Hospital São Lucas, no bairro Duas Pedras. No meio do viaduto há uma câmera do programa Cidade Inteligente que monitora o trecho, mas não inibe motoristas mais apressados.
“Tem que mudar isso. Já vi gente perder a vida porque há motoristas que descem o viaduto em alta velocidade, em direção ao Centro. O mesmo acontece no sentido contrário. Já derrubaram o mesmo poste umas três vezes. Até meu muro foi atingido. A gente anda na calçada com medo”, afirmou a aposentada Nilcéia Bravo, que também mora no local.
Barricadas para proteger as casas de novas colisões
Nesta segunda-feira, 30, A VOZ DA SERRA esteve no viaduto e constatou que o muro derrubado em maio foi reconstruído, assim como as barras de proteção na calçada. Barras semelhantes foram construídas também em outros trechos da via e até barris cheios de concreto foram colocados em frente de casas como estratégia de moradores para evitar danos nos imóveis em caso de colisões.
Não são só veículos tornam a via super movimentada. O vaivém de pedestres também é intenso por conta dos estabelecimentos comerciais que funcionam no local. Há igrejas evangélicas no viaduto. A entrada principal do Sanatório Naval também fica lá, mesmo local onde funciona a Escola Estadual Comunitária Marcílio Dias. A equipe do jornal flagrou alunos do colégio atravessando a via correndo e fora da faixa de pedestres próxima à rotatória.
Um histórico de acidentes
Capotamentos, batidas em muros ou postes e atropelamentos ocorrem com regularidade nos cerca de 800 metros de comprimento do viaduto que liga o Centro de Nova Friburgo ao Bairro Ypu. A via é a principal saída do município para as regiões dos Lagos e Metropolitana do Rio.
Em maio, um Gol branco foi abalroado por um caminhão, colidiu com o meio-fio que divide a pista e tombou sobre a via contrária na altura da quadra da escola de samba Unidos da Saudade. O casal que estava no carro sofreu ferimentos leves. Já em fevereiro, uma Mitsubishi Lancer preta bateu em barras de proteção da calçada e derrubou um muro, próximo a um prédio residencial na curva sentido Paissandu. Quatro pessoas que estavam no veículo teriam fugido após a colisão.
Mortes também já foram registradas no viaduto. Em novembro do ano passado, duas idosas, de 65 e 75 anos, foram atropeladas ao atravessarem a via no mesmo dia, em locais e horários diferentes. A mulher de 75 anos não resistiu às múltiplas lesões, sofreu uma hemorragia e morreu no local antes mesmo de ser socorrida pelos paramédicos. As vítimas teriam atravessado a via fora da faixa de pedestres.
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