Vendedores ambulantes: prefeitura não está emititindo cadastros novos

Moradores se queixam de desorganização no centro da cidade
segunda-feira, 07 de março de 2016
por Amanda Belém
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)
(Foto: Lúcio Cesar Pereira)

Nova Friburgo oferece diversas vertentes no âmbito cultural e todas se encontram em pontos turísticos do município. O distrito de Lumiar, por exemplo, se destaca pela alta gastronomia e eventos que atraem toda a família, além de artesãos que expõem seus trabalhos de forma livre. Nas praças do Suspiro e Getúlio Vargas, barraquinhas compõem o cenário urbano e agradam turistas. 

Porém, há anos, andarilhos e artesãos escolhem Nova Friburgo para mostrar seus trabalhos ao ar livre. E apesar da diversidade destacada em cada esquina da cidade, um ponto que têm gerado discussão entre as autoridades é a regularização do vendedores ambulantes. A redação de A VOZ DA SERRA entrou em contato com Departamento de Posturas da Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana e em nota, a informação obtida é de que todos os ambulantes precisam se legalizar. 

Mas, para isso, é necessário se cadastrar e pagar uma taxa anual à Prefeitura. Aqueles que não estão legalizados, inicialmente são orientados, e em casos de reincidência podem ter suas mercadorias recolhidas. 
Para que haja uma legalização, os vendedores devem ir até o Departamento de Posturas e dar entrada na solicitação. No entanto, a gerente do Departamento de Posturas informou que não estão abertos novos cadastros para o centro da cidade. O motivo da indisponibilidade para a inscrição não foi confirmada pela prefeitura.

Dayana, moradora do centro da cidade, afirma que têm receio de passar pelos locais onde os ambulantes expõem suas mercadorias. “Não é preconceito, já comprei vários acessórios com eles, mas infelizmente esses vendedores acabam fazendo bagunça, fecham as calçadas e com isso, acabo desviando”, diz Dayana.

O que diz um andarilho

Felipe Esteban, nascido no Chile, veio para Nova Friburgo há oito anos. Para conseguir uma renda, começou a confeccionar acessórios feitos em macramê, uma técnica que não usa nenhum tipo de aparelho, apenas os dedos para cruzar os fios, afim de criar formas geométricas. Todos os seus trabalhos eram expostos na Praça Getúlio Vargas.

Esteban aponta as principais dificuldades quando vendia seus trabalhos. “Eu conseguia vender bem na rua, porque eu precisava pagar a minha passagem, ter uma renda. Tinha também uma disputa de espaço. Muitas vezes me envolvi em confusão porque tinha separado um espaço, vinham outros hippies e tomavam ele”, afirma Felipe. 

Mas na tragédia de 2011, Felipe interrompeu suas atividades. “Tive que parar de vender por causa do caos que estava naquele período e também porque descobri que iria ser pai. Só fico no Brasil por causa do meu filho”, diz. Felipe explica que alguns vendedores acabam assustando os moradores. “Infelizmente algumas pessoas não têm disciplina na hora de abordar, não sabem vender. Isso assusta! E o pior é que teve uma época que a prefeitura estava expulsando os artistas de rua”, explica Felipe. 

Entretanto, Felipe acredita que é preciso haver um incentivo para essas pessoas. “A arte tem que ser livre, mas é preciso ter um monitoramento e um apoio para que eles possam se sentir aceitos. Porque eles não são, mesmo com a opiniões mais abertas”, afirma Esteban.

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