A CAMPANHA de vacinação contra a gripe em idosos, deslanchada neste sábado, 30 de abril, em todo o país, é, sem dúvida alguma, um benefício à prevenção da saúde dos mais velhos, debilitada pela idade e pelas condições climáticas, principalmente com a chegada das baixas temperaturas. Porém, nem sempre assistimos à generosidade do governo para com a terceira idade, o que impõe aos idosos a romarias em busca de remédios mais baratos, uma aposentadoria mais justa e tantos outros direitos solapados desta expressiva parcela da população.
EXEMPLO vergonhoso desse desdém foi revelado recentemente pelo governo do estado do Rio ao atrasar em quase um mês o pagamento dos funcionários públicos aposentados, motivando uma enxurrada de reclamações – justas - contra a falta de sensibilidade a uma classe que, sob todos os aspectos, deveria ser a mais prestigiada. A mídia tratou de mostrar as dificuldades sofridas principalmente pela terceira idade, com um noticiário repleto de sofrimentos e constrangimentos.
A CONSTATAÇÃO mostra que o país não evoluiu nos mecanismos de proteção aos idosos, tratando com desdém a terceira idade, ainda que esta seja responsável por 16% da renda das famílias brasileiras. A providência do governo ao tratar este assunto deve, portanto, ser maximizada pelos organismos de proteção e fiscalização, visando a encurtar a diferença dos tratamentos a este importante setor da população. Os exemplos podem ser enumerados em diversos aspectos, porém a saúde vem se constituindo no grande mal a afligir os mais velhos.
POR FALTA de políticas públicas de proteção, os idosos são tratados com total falta de respeito, ignorando as mais elementares regras de proteção, deixando quem já deu sua força de trabalho ao sabor das conveniências. Contra eles estão diversas formas de violência, que vão dos maus tratos e da intolerância à falta de lazer, comodidades urbanas e benefícios na aquisição de medicamentos. O que tem sido feito a favor dos idosos são pequenas medidas que não minimizam o drama da velhice no país.
ESPALHADOS por todas as cidades brasileiras, verificamos exemplos que marginalizam o idoso das atividades culturais, de lazer e entretenimento, assim como no respeito a quem já deu tanto pelo país. A própria Previdência Social não assume posição protetora do idoso, pagando aposentadorias irrisórias, fazendo com que o dinheiro recebido seja no máximo utilizado para a aquisição de medicamentos. As dificuldades se estendem por demais serviços, levando o idoso a ser considerado um fardo na vida nacional.
A TERCEIRA idade precisa ser respeitada através de políticas públicas de reintegração e ambientação, permitindo que os mais velhos sejam reconhecidos, quer no âmbito familiar, quer no convívio social com a cidade, recebendo do governo a devida proteção. Novas medidas devem ser introduzidas, valorizando os idosos, em respeito aos cabelos brancos e em reconhecimento pelos serviços prestados. No Brasil, infelizmente os idosos estão na mira dos políticos apenas em épocas eleitorais, o que é condenável sob todos os aspectos.
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