Amine Silvares
Passageiros dos ônibus urbanos de Nova Friburgo enfrentam uma dura espera nos pontos da cidade. Se chover, por exemplo, os usuários têm que disputar espaço sob as coberturas—quando há cobertura. Em diversos pontos não há proteção ou bancos, a iluminação pública é ruim e muitos estão em péssimas condições, com telhas quebradas e corroídas pela ação do tempo.
A falta de padronização e a alta concentração de veículos que param num mesmo ponto se tornam um problema para quem tem que ficar esperando condução. Em diversos bairros é comum ver a placa de sinalização dos pontos sem haver cobertura. Na Avenida Alberto Braune, o ponto em frente à Drogaria Nacional está sempre lotado, e a situação piora bastante nos horários de pico. Mesmo durante o período de férias, o espaço destinado aos passageiros é insuficiente, pois muitas linhas param no local.
Ao longo da via que liga Conselheiro Paulino ao Centro, os pontos estão abandonados. “Esses dias choveu forte e eu estava sem guarda-chuva, mas não pude nem contar com a cobertura para me proteger”, lamentou uma usuária. As telhas quebradas são comuns e estão nessas condições há bastante tempo.
Para muitos passageiros, as coberturas que existem hoje deveriam ser substituídas. “Poderia ter bancos em todas. Os idosos às vezes precisam esperar muito em pé”, reclamou a usuária Josyene Braga. Outra sugestão de alguns dos entrevistados é que as coberturas tenham também uma proteção na parte de trás e nas laterais, como a que fica na Praça Dermeval Barbosa Moreira. “Nos dias em que chove ou venta muito aqui é mais seguro”, garante um usuário de ônibus.
As coberturas são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras. Segundo o secretário Clauber Domingues, ainda não existe projeto para a revitalização dos pontos, mas diversas coberturas já foram reformadas. “Os usuários geralmente nos avisam quando um ponto está ruim e nós tentamos consertar o mais rápido o possível”, informou. Ele também lamenta que em algumas localidades, logo após os reparos, os pontos aparecem depredados.
O secretário conta que alguns comerciantes se opõem à desativação de pontos. “Já tivemos operários que foram quase espancados ao tentar retirar um ponto de uma área de risco, pois os comerciantes não queriam perder o movimento”, revelou. No caso do ponto em frente à Prefeitura, próximo à Rua Leuenroth, Clauber afirma que é necessário esperar para tirar as coberturas, a fim de ter certeza de que o ponto não será reativado após as mudanças no trânsito. Ele disse também que para fazer uma reclamação em relação aos pontos de ônibus é preciso entrar em contato com a Secretaria Municipal de Obras, através do telefone 2525-9169, e falar com Fred.
Pontos criados com a ajuda dos moradores
De acordo com o superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito (Autran), Rubem Braga, os pontos são posicionados de acordo com as necessidades da população. “Também temos que analisar as possibilidades para estacionar e manobrar os veículos”, destacou. A ativação ou desativação depende não só da Prefeitura, mas também da colaboração das associações de moradores ou de abaixo-assinados sobre a necessidade de novas paradas.
O gerente operacional da Autran, Carlos Alberto Bayer, informou ainda que as solicitações de novos pontos devem ser feitas junto ao órgão e à empresa responsável pelo transporte público na cidade, para que seja feita uma avaliação do espaço solicitado.
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