Texto: Karine Knust / Fotos: Amanda Tinoco
Depois de uma paralisação iniciada na última terça-feira, 11, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do distrito de Conselheiro Paulino reiniciou os atendimentos ontem, 13, com três clínicos gerais, três pediatras e um dentista. Os profissionais haviam cruzado os braços em protesto às más condições de trabalho na unidade. Faltavam medicamentos básicos e materiais de higiene, além de diversos equipamentos estarem quebrados, como o de eletroencefalograma e de raio-X. Eles também reivindicavam pagamento de salário atrasado (que acabou sendo efetuado quarta-feira, 12) e adequação salarial de acordo com o piso da categoria.
O estoque de remédios, que estava praticamente zerado, começou a ser reposto na tarde da última quarta-feira, 12, após a greve. Essa reposição só aconteceu graças à doação de medicamentos básicos oriundos do Hospital Municipal Raul Sertã. De acordo com a coordenadora administrativa da UPA, Rogéria Constantino, em entrevista a uma emissora de TV, o pedido de reposição de medicamentos já havia sido feito à Prefeitura, mas nada havia sido entregue. Também segundo ela, o problema foi comunicado à Secretaria Municipal de Saúde.
Em visita feita à UPA na noite da última quarta-feira, o secretário de Saúde, Eduardo Moiolli, e uma comissão de vereadores percorreram a unidade para verificar quais eram as pendências e, conforme reclamações dos próprios funcionários, puderam constatar que ainda há muitos problemas a serem solucionados. Há falta de lençóis para macas e camas e há equipamentos quebrados ou sem manutenção.
Na manhã desta quinta-feira, 13, a equipe do A VOZ DA SERRA foi até a unidade de pronto atendimento e constatou que o movimento por lá era tranquilo. Os poucos pacientes que chegavam estavam sendo atendidos normalmente. Mas, de acordo com um funcionário que não quis se identificar por medo de represálias, a situação seria ainda mais grave. Além de estar sem medicamentos para atender a população, a unidade também ficou sem produtos básicos como papel higiênico e copos descartáveis durante meses. Segundo ele, os medicamentos só foram repostos para "maquiar” a realidade.
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