Foi durante as comemorações do Dia Nacional da Suíça, na Queijaria Escola, no último domingo, 1º de agosto. Em pronunciamento, durante o qual fez breve retrospecto sobre as origens históricas de Nova Friburgo, o historiador e escritor – descendente dos colonizadores suíços – Henrique Bonn apresentou a proposta, imediatamente acatada pelo prefeito Heródoto Bento de Mello: “considerando o grande número dos suíços pioneiros da colonização que morreu durante a viagem – 25% deles não chegaram ao destino – a sugestão é que sejam homenageados num memorial, com os nomes de cada um dos 389 falecidos na verdadeira odisséia, através do Atlântico”.
Além de acatar a idéia de imediato, o prefeito ainda acrescentou que a sugestão de Bonn lhe proporcionou atender a um anseio pela definição do melhor projeto para o futuro pórtico na chegada ao município, em Theodoro de Oliveira. O secretário Nauro Grehs (Turismo) vem trabalhando junto ao Ministério do Turismo para a liberação dos recursos financeiros necessários à execução do projeto.
Símbolos de uma viagem sofrida
O escritor Henrique Bonn, autor de livros como Imigrantes e a Noite dos Peregrinos, que proferira palestra na véspera, na abertura da Conferência regional de Cultura, que aconteceu durante todo o sábado no teatro Barão de Nova Friburgo, no Country Clube, rememorou histórias de sofrimentos dos colonos. Ele lembrou, em particular, de dois casos para simbolizar a defesa da homenagem que estava propondo.
Segundo ele, o casal Oberson – que eram noivos e se casaram às vésperas da partida – morreu e seus corpos foram lançados ao mar, como, aliás, foi o destino de boa parte dos que faleceram.
Também a família Armingaud não teve destino muito diferente. A colona Felicitte – cujo nome, por ironia do destino, traduzia-se por felicidade – saiu da Suíça com o marido e quatro filhos e chegou sozinha à antiga Fazenda do Morro Queimado, como viúva da imigração.
Para o prefeito Heródoto, que na solenidade de hasteamento das bandeiras, na praça das Colônias, no Suspiro, momentos antes das apresentações na queijaria, relembrou que daqui a oito anos, Nova Friburgo vai completar seus dois séculos, convidando a todos que se unam em torno deste objetivo, o memorial – além dos nomes de todos esses heróis – que, como sustenta Bonn, não devem passar para a história como simples anônimos, mas “deverão ser também uma referência dos que não conseguiram chegar até aqui”, disse o prefeito, mostrando-se bastante entusiasmado com a ideia.
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