O ESTADO DO Rio de Janeiro é pioneiro na comercialização de orgânicos cultivados pela agricultura familiar. A primeira feira de alimentos produzidos de forma sustentável do país surgiu em Nova Friburgo. Além de estimular o consumo desses produtos, a secretaria de Agricultura incentiva sua produção e as práticas agroecológicas com auxílio técnico e recursos do Rio Rural.
A ASSOCIAÇÃO de Agricultores Biológicos do Estado do Rio de Janeiro (Abio) é a entidade certificadora de orgânicos em todo o estado. Todos os produtores que comercializam orgânicos nas feiras devem deixar expostos seus certificados, para que os consumidores tenham a garantia de que os alimentos foram realmente produzidos seguindo as normas da agricultura orgânica.
O CAMINHO da população mundial em busca de uma vida mais saudável passa necessariamente pela mudança de hábitos alimentares. Em outros tempos, praticamente não havia alternativas nem condições favoráveis para que isso acontecesse. Embora ainda exista um grupo mais seleto de consumidores, já é possível ter acesso a produtos completamente livres dos agrotóxicos. Eles são frutos de uma prática positiva, que vem crescendo no planeta, que é a agricultura orgânica.
UM ESTUDO recente, realizado pela Universidade Estadual de Washington, mostra que a agricultura orgânica pode ser usada para alimentar de maneira eficiente toda a população mundial. O relatório foi denominado "Agricultura Orgânica para o Século 21" e, com base em centenas de experiências acadêmicas sobre o tema, afirma que com este tipo de produção é possível ter rendimentos suficientes aos produtores, ao mesmo tempo em que melhora as condições ambientais e dos trabalhadores rurais.
ENQUANTO alguns países apostam no futuro da agricultura orgânica, no Brasil a proposta ainda se arrasta pelos gabinetes políticos, sob os efeitos de leis que ainda não influenciam nem na produção, nem no consumo. Apesar do crescimento superior a 30% verificado em 2016, produção de alimentos orgânicos no Brasil ainda enfrenta diversos entraves políticos, econômicos e estruturais.
A BOA NOTÍCIA é que tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei que pretende facilitar a produção e circulação dos alimentos orgânicos. A proposta também defende a desoneração tributária sobre alimentos orgânicos e os insumos utilizados na sua produção. Os defensores das mudanças que podem auxiliar no fomento à agricultura orgânica afirmam que o comércio de produtos sem agrotóxicos pode chegar a 10 bilhões de reais em 2020. Essa projeção indica que existe um nicho de mercado que não atinge apenas produtos primários, como hortaliças e frutas, mas também a produtos industrializados.
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