Um resgate histórico e cultural da Um resgate histórico e cultural da de Riograndina

segunda-feira, 08 de agosto de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Um resgate histórico e cultural da Um resgate histórico e cultural da de Riograndina
Um resgate histórico e cultural da Um resgate histórico e cultural da de Riograndina

Henrique Amorim

Em breve os 247 alunos matriculados nos diversos cursos gratuitos de artes e inclusão social do Ponto de Cultura do distrito de Riograndina, como teatro, dança contemporânea, balé, violão, cavaquinho, cerâmica, artesanato, percussão e pintura, além da padaria e confeitaria-escola — que beneficiam também os pais dos alunos — vão poder retomar às aulas interrompidas desde a tragédia de janeiro. Com o transbordamento do Rio Grande todos os materiais e equipamentos da escola de artes vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e que funcionava no casarão da antiga estação ferroviária do distrito foram totalmente destruídos. O nível da água chegou a quatro metros de altura engolindo todo o porão e chegou a um metro de altura acima do piso de madeira do casarão, erguido na metade do século XIX e que funcionou como estação ferroviária até 1963.

A retomada das atividades do Ponto de Cultura só será possível graças à liberação de R$ 97,3 mil do Projeto Voluntários BB, da Fundação Banco do Brasil, que vai viabilizar ainda toda a revitalização do telhado do casarão histórico — uma manifestação arquitetônica romântica em estilo chalé e tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Inepac), assim como também o imóvel anexo (o antigo depósito da estação ferroviária) e a ponte de ferro da extinta linha férrea. As obras de restauração do telhado do imóvel, inclusive, já começaram. Os recursos garantirão a compra de todo o material necessário para as aulas, como instrumentos musicais, materiais para pintura e desenho e equipamentos para a retomada dos cursos de padaria e confeitaria, muitos procurados pela comunidade agrícola da região.

“Será a grande oportunidade de voltarmos a ocupar o tempo ocioso de crianças e jovens com arte e cultura voltando a movimentar Riograndina novamente”, prevê a diretora do Ponto de Cultura, Maria Carolina Henriques. Com os recursos oriundos da Fundação BB liberados a partir de convênio com a Associação de Moradores de Riograndina será restaurado todo o telhado do casarão de aproximadamente 400 metros quadrados. A empresa especializada escolhida após seleção da Fundação BB para a obra foi a carioca Santa Terezinha Arte Sacra Restaurações que revitalizou o Museu da República, na capital.

O restaurador responsável pela empreitada em Riograndina, George Sliachtics, acompanha pessoalmente os trabalhos e assusta-se com a remoção de grande quantidade de excrementos e pombos mortos do telhado de madeira de lei, cuja maioria dos caibros e ripas não precisará de substituição. Só em dois dias foram retirados pelo menos seis sacos inteiros de lixo produzido pelos pombos, sem contar a infestação de piolhos no telhado. “Para acabar de vez com esse incômodo, será colocada uma tela de nylon para vedação do telhado impedindo o acesso dos pombos”, disse George, que dará um trato especial também às telhas, que passarão a ter uma nova amarração impedindo a profusão de goteiras.

“Há cinco anos o projeto Monumenta Rio fez intervenções no telhado da antiga estação, mas a amarração das telhas ficou a desejar. Muitas delas foram presas com massa de cimento e no dia da inauguração do Ponto de Cultura, havia inúmeras goteiras”, lembrou a coordenadora do Departamento de Patrimônio Artístico e Cultural da Secretaria de Cultura de Nova Friburgo — órgão que faz o acompanhamento da obra atual — Lílian Barretto. Além da recuperação do telhado que deve durar mais dois meses, a empresa Santa Terezinha ainda promoverá melhorias estruturais no casarão, como pintura das paredes e consertos do piso. O presidente da associação de moradores do distrito, Ronaldo Pinto Henriques, até já saiu a campo para conseguir telhas antigas em demolições para compor o novo telhado.

Programa Voluntários BB presta ajuda a outras quatro entidades assistenciais friburguenses

Além da restauração do telhado do casarão do Ponto de Cultura de Riograndina, a Fundação Banco do Brasil já liberou recursos também para a recuperação de instituições atingidas pela tragédia de janeiro como a Casa Madre Roselli (cerca de R$ 61 mil), a Associação Friburguense de Pais e Amigos do Educando (Afape) (quase R$ 98 mil) e a Associação Crianças do Vale de Luz (aproximadamente R$ 86 mil), além da banda Euterpe Friburguense, que vai poder adquirir novos instrumentos até cerca de R$ 97 mil. “Um grande diferencial é que neste programa ninguém tem contato com o dinheiro. As entidades contempladas adquirem o que precisam, enviam as notas fiscais para a Fundação BB que, então, paga diretamente aos fornecedores”, destaca o gerente geral da agência Centro do banco, Flávio Antônio Caram.

A também gerente do banco, Ana Maria Concy, argumenta que a Fundação BB já liberou nos últimos sete anos mais de R$ 13 milhões para a execução de mais de 200 projetos de cunho social que geram trabalho, renda, qualificação profissional e adaptação das comunidades a eventos climáticos. “Com a tragédia de janeiro, a Fundação BB destinou parte dos recursos previstos para as ações deste ano aos municípios atingidos, como Nova Friburgo. É muito bom podermos ajudar a instituições que fazem trabalhos sociais de relevância. Todos nós nos sentimos muito bem com isso”, sustenta Ana Maria, com aval de Flávio Caram.

“Esse convênio do BB com a Associação de Moradores de Riograndina veio em ótima hora. Se não fosse essa parceria, dificilmente o Ponto de Cultura seria revitalizado e suas atividades retomadas. Tomara que mais iniciativas como essa aconteçam”, torce Sidney Mathias, coordenador de apoio administrativo da Secretaria de Cultura, que tem como titular Roosevelt Concy e como subsecretária Merilandy Schitino, ambos entusiastas da restauração da antiga estação ferroviária.

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