Henrique Amorim
Uma noite memorável. Assim pode ser definida a solenidade especial promovida sábado, 15, pela Câmara de Vereadores no Teatro Municipal Ariano Suassuna, para entrega da Comenda Barão de Nova Friburgo, a maior honraria do município, e dos títulos de cidadania friburguense àqueles que, em seus ramos de atividade profissional, muito fazem pelo engrandecimento de nossa terra. O Legislativo friburguense outorgou os títulos de novos comendadores ao empresário da Stam Metalúrgica, Rogério Faria, e ao historiador suíço Martin Nicoulin. Na mesma noite foram agraciados com títulos de cidadania 55 ‘filhos adotivos’ do município, que escolheram Nova Friburgo para viver e trabalhar ou possuem fortes laços de amizade com o município.
A escolha dos novos comendadores não poderia ter sido melhor acertada. Tanto é que ambas as personalidades friburguenses tiveram suas indicações para receber tamanha honraria, aprovada por unanimidade dos pares da Câmara. O empresário Rogério Faria, à frente da Stam, mantém vivo o legado do pai, o saudoso Francisco Faria (que também já fora premiado com a mesma comenda), que fez de um pequeno empreendimento ainda tímido, há quase quatro décadas, uma pujante empresa do ramo metal-mecânico brasileiro, que se destaca com a fabricação de cadeados e fechaduras de qualidade, gerando atualmente cerca de mil empregos diretos no município.
O presidente da Câmara de Vereadores, Sérgio Xavier, também enalteceu o legado do querido Chico Faria e a firmeza de Rogério ao seguir os passos empreendedores e visionários do pai no comando da potente fábrica. Rogério agradeceu a honraria, entregue a ele pelo vice-prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto, destacando que o “orgulho com a homenagem simbolizava a chave da saudade de seu pai”. Para o empresário, o ideal da Stam é manter sempre vivo o sonho da ética e da dignidade. “Esse prêmio é o reconhecimento de 39 anos de trabalho que divido agora com meus familiares, funcionários, fornecedores e amigos. Na Stam nos fabricamos segredos de cadeados, mas na vida não existe outra fórmula para o sucesso a não ser o trabalho digno”, resumiu.
O prefeito Heródoto Bento de Mello também enalteceu o potencial da Stam, tida hoje como ‘a grande força de Nova Friburgo’. Disse ainda que a vida tem lhe ensinado a ser humilde e que o real conceito de humildade ele adquiriu com o saudoso Chico Faria. “Ao passar um dia pela Rua General Osório vi o Chico (Faria) fabricando uma máquina e convidei-o para ser meu sócio, junto com meu irmão, Ariosto Bento de Mello. Fundamos, então, a Frimeta. Chico era um mestre na criação e, ao invés de adquirirmos máquinas novas, era ele, o Chico, que as fabricava. Mas ele era um homem muito simples e de pouca cultura. E nós, eu e Ariosto, dois engenheiros, não podíamos ter o Chico como sócio. Não pegava muito bem. Infelizmente, nosso orgulho foi terrível. Chico Faria nos deu uma grande lição. Com seu jeito inconfundível, fez da Stam uma potência e eu e Ariosto ficamos onde estávamos”, revelou o prefeito, agradecendo a Rogério Faria pelo apoio da Stam na recente obra de reforma e ampliação do Hospital Raul Sertã, sem contar a parceria da indústria a diversos projetos sociais no município.
Martin Nicoulin: “Meu coração hoje bate por Nova Friburgo”
Outro merecido reconhecimento feito pela Câmara de Vereadores em nome de Nova Friburgo foi ao historiador suíço Martin Nicoulin, que recebeu a comenda das mãos do seu grande amigo, o prefeito Heródoto. Martin já mantém estreitos laços com o município por incentivar o intercâmbio entre as cidades amigas de Fribourg, na Suíça e Nova Friburgo. Atento observador dos costumes dos povos e da saga dos colonizadores suíços que desbravaram as antigas terras do Morro Queimado, há 192 anos, Martin resumiu muitos desses percalços e legados históricos em sua obra literária A gênese de Nova Friburgo, e teve participação crucial em empreendimentos locais, que contam com o apoio suíço, como a Queijaria Suíça e a Associação Friburguense de Pais e Amigos do Educando (Afape).
Emocionado com a honraria ofertada pela Câmara, Martin Nicoulin revelou que “cada vez mais se sente um friburguense” e fez questão de compartilhar a comenda com a esposa Janine, que compreendeu as muitas saídas de sua casa na Suíça, para poder ‘amar Nova Friburgo’. Convicto, Martin disse que Nova Friburgo hoje figura como um de seus filhos e lembrou que em 9 de abril de 1974 recebeu da Câmara o título de cidadania friburguense.
Quem são os novos cidadãos
Alamir Lanes Luz, Altay Veloso, Alzira Maria Salgado, juíza Ana Paula Gomes, André Luiz Carestiato, Antônio Wilson Ventura Lugon, Arthur Coimbra, Carla Lucho, Carlos Eduardo Neves, Dimas Ramos Félix, Dlyann Figueira, Emerson Veiga, Enéas Neto, Enylon Massena Graciolli, Eugênio dos Santos, Fernando Arigony da Silva, Franz Blanco, padre Genival Nunes Fernandes, Heloísa Loretti, Ilma Santos, Irene Drischel, Itamar Ramos, coronel James de Barros (comandante do 11º BPM), PM Jander Paladino, João José Martins, Jorge Nascimento, José Delgado, José Carlos Pereira Soares, José Casimiro Gonçalves, José Pinto Bastos, Luis Fernando Azevedo Silva, Maria de Nazareth Tavares, juíza Maria do Carmo Padilha Gerck, Maura Helena Salarini de Lucena, Neilton Mulim da Costa, Odias Reder da Silva, Paulo da Costa Silva, Paulo Neves Corrêa, juiz Paulo Vagner Guimarães Pena, Philipe Silveira, defensor público Raymundo Cano, Ricardo Bessa, Roberto Lomar, Sidney Oliveira, Sylene Savino Rocha, Vanderlei Gabi, Vera Lúcia Pessanha Moreira e Wilson Lopes Oliveira.
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