Na semana comemorativa do 192o aniversário de Nova Friburgo, a Fundação D. João VI de Nova Friburgo, através do seu Centro de Documentação, exibe o resultado de um trabalho iniciado em 2008. Uma ideia pioneira nascida pelas mãos de um amigo carioca, Carlos Gustavo, o Guta, que assim fez, de Copacabana, do Largo da Carioca, da Cinelândia, da área portuária do Rio de Janeiro, painéis cronológicos e temáticos demonstrando diferentes épocas do cotidiano do Rio antigo. Um trabalho possível graças à existência de uma base histórica de conhecimento teórico, suficientemente generosa. Guardadas as devidas proporções o mesmo ocorre aqui, pois magnífico é o nosso acervo e magnífica é a nossa história.
As duas imagens, inéditas, exibidas em primeira mão pelo jornal A Voz da Serra representam momentos que se distanciam no tempo, e 192 anos é a medida exata desse tempo. Enquanto a segunda foi o resultado de seis disparos de uma máquina fotográfica e seguidos dias de colagem e muita paciência, a outra levou exatos 12 meses de pesquisa e dedicação gráfica além da conta. Também, discussões de todo tipo, colaboradores tivemos aos montes, e cada um ao seu jeito e entendimento, ia dando um palpite e outro. Imaginar como poderia ter sido o vale onde hoje se assenta o centro da cidade de Nova Friburgo é um desafio dos mais interessantes: o traçado do Rio Bengalas; a profundidade de sua calha; a altura da lâmina d’água; as fraldas dos morros que ficam no entorno do centro da cidade; o escoamento natural das águas que descem pelas suas encostas; características da mata nativa; os caminhos que entrecortavam nossas matas, interligando fazendas e chegando até a Vila de São Pedro de Cantagalo. Perambulamos pelas ruas de olhos atentos e prancheta nas mãos. Anotações de todo tipo: altura dos recortes dos morros que rodeiam o centro da cidade, localização das principais pontes e alguns prédios mais antigos, distribuição e extensão das primeiras vias, etc. Dados confrontados e certificados com os registros existentes nas primeiras atas da Câmara Municipal. E assim, em dezembro de 2009, esse assunto estava encerrado. Ficava pronta a primeira foto temática de uma série de dez, que serão realizadas como parte de um projeto para a grande comemoração que se aproxima, os 200 anos de Nova Friburgo.
A propósito, a próxima já se encontra no forno e reproduz o ano de 1819, com a construção das primeiras casas, sob a coordenação do Monsenhor Pedro Machado de Miranda Malheiro, designado pelo, então, ministro e secretário do Estado dos Negócios do Reino, Thomaz Antônio de Villanova Portugal, para administrar a execução das obras de construção da nova vila.
A Fundação D. João VI de Nova Friburgo entende a importância desse momento que antecede a tão importante data e, alinhando-se em torno dos objetivos do chefe do Executivo, declara o seu compromisso com a transformação de Nova Friburgo ao longo dos oito anos que precedem o bicentenário. Como símbolo desse comprometimento e marco inicial dessa caminhada que resta, copiamos o prefeito Heródoto Bento de Mello ao designar, doravante, Nova Friburgo como a primeira e única cidade-parque do Brasil. Que essa ideia frutifique, é o nosso desejo!
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