ALÉM DA crise permanente nos serviços da saúde friburguense prestados pelo Hospital Raul Sertã, outros problemas afligem a população e, dentre eles, o tratamento fora de domicílio aos doentes portadores de câncer. Engessados por uma estrutura falha neste tipo de atendimento, inúmeros pacientes se deslocam a outras cidades em busca deste tratamento que não pode esperar. O drama se estende a todas as cidades e é considerado de extrema relevância para as políticas públicas de saúde.
NO INÍCIO do ano, as Nações Unidas instituíram o Dia Mundial de Combate ao Câncer com o objetivo de chamar a atenção dos países para a importância da prevenção e tratamento da doença. E fez uma advertência preocupante: o câncer é a causa de morte número um do mundo, ultrapassando as ocasionadas por problemas cardíacos.
O ALRTA DA ONU ilustra com propriedade a complexidade da doença e mostra que o tratamento não depende somente das decisões políticas e governamentais locais. São dificuldades estruturais num mercado de alta tecnologia, fechado e caro. O câncer, infelizmente, além das consequências individuais e familiares, é uma luta que o governo trava permanentemente através do Inca e de outras unidades no Brasil.
A CONSTRUÇÃO de uma unidade oncológica em Nova Friburgo deu um novo alento aos pacientes da região centro-norte fluminense, que hoje são obrigados a buscar socorro principalmente no Rio de Janeiro. Com a perspectiva de se tratar a doença no município, evitar-se-ia o desgaste decorrente da locomoção com benefícios evidentes. Porém, com a crise econômica do governo estadual, sua conclusão é incerta em curto prazo.
O CÂNCER não pode virar clichê político utilizado para atrair eleitores. Não se pode jogar com a doença como se fosse uma promessa eleitoral como tantas outras de menor complexidade, prometidas e não cumpridas. Neste momento, é a doença que mais ceifa vidas em todo o planeta. Não pode ser, portanto, massa de manobra para arroubos de governantes em períodos de eleição.
O ASSUNTO deve merecer a atenção que a doença exige e o trabalho dos políticos é pertinente, visando a pressionar o governo para a sua conclusão. Que busquem soluções construtivas, para não aumentar ainda mais o sofrimento dos que são obrigados a conviver com a terrível doença.
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