Texto: Vinicius Gastin / Fotos: Amanda Tinoco
Quando o intérprete Anderson Paz começou a cantar o samba-hino da Unidos da Saudade, a Alberto Braune virou um caldeirão. Milhares de bandeiras roxas e brancas saudavam a atual tricampeã do carnaval friburguense e aguardavam com expectativa a apresentação. A escola do Bairro Ypu não decepcionou e, de forma compacta, deu um show com os carros luxuosos, repletos de efeitos especiais e acabamento impecável. Um verdadeiro "porre” de felicidade com a história da cerveja na passarela do samba.
A primeira surpresa veio na comissão de frente. Os componentes representavam Holoceno, a idade do homem, e uma enorme montanha em um tripé reproduzia a neve na avenida. O primeiro carro mostrou o fim da última Era, com esculturas gigantes do homo sapiens. Duas delas, inclusive, simulavam a descoberta do fogo com movimentos. Fabinho e Cassiane, primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, anunciavam a história da cerveja no Egito, retratada no segundo carro alegórico com os rugidos de seres pré-históricos. O ápice do desfile aconteceu com a passagem da terceira alegoria. Destruída por um incêndio semanas antes do carnaval, trouxe um enorme dragão nas cores roxo e branco e impressionou não só pelo tamanho, mas principalmente pela capacidade de reconstrução em tão pouco tempo.
Depois da história, o produto final começou a ganhar destaque. A bateria treme-terra de Mestre Vandinho veio logo à frente do quarto carro alegórico, que trouxe barris de chope e tulipas cheias com o líquido. A escola não esqueceu o alerta, e vestiu a ala das crianças como agentes da Lei Seca.
O dourado e o branco predominaram no último setor da agremiação e a "saideira” ficou por conta do quinto carro. O Botequim da Folia fechou o desfile com uma reunião entre amigos nas mesas de bar. A Unidos da Saudade deixou os foliões com vontade de "pedir mais uma”. "Fizemos um grande carnaval, tenho certeza. Toda a comunidade está de parabéns. A Saudade fez nevar na Alberto Braune, literalmente”, comentou o presidente Peter Filot.
Abre-alas retratou o fim da primeira era com enormes esculturas do homem pré-histórico
Destaque do segundo carro da agremiação, que retratou a cerveja no Egito
Folião canta o samba da Saudade: milhares de bandeirinhas saudaram a escola durante o desfile
A roxo e branco desfilou dentro do tempo estipulado e de maneira compacta pela Avenida Alberto Braune
Reconstruído após o incêndio, carro do dragão foi um dos destaques da apresentação da Unidos da Saudade
Bateria de Mestre Vandinho manteve a cadência durante a passagem pela passarela do samba
Casais de mestre sala e porta-bandeira da escola vestiram fantasias luxuosas e ricas em detalhes
Deixe o seu comentário