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Um ano e meio depois da tragédia, cerca de três mil pessoas moram com o perigo
quinta-feira, 12 de julho de 2012
por Jornal A Voz da Serra
A tragédia climática que devastou Nova Friburgo e outros seis municípios em 2011 está completando hoje, dia 12, um ano e meio. Das quase 250 encostas que desabaram no município, apenas oito estão recebendo obras de reconstrução. Nenhuma delas, porém, está concluída. Enquanto isso, milhares de pessoas são obrigadas a conviver diariamente com o perigo, em áreas classificadas como de alto, muito alto e iminente risco. A morosidade, aliás, gerou esta semana 11 ações civis públicas do Ministério Público contra os governos estadual e municipal cobrando o início de obras em áreas densamente povoadas. Caso o Judiciário aceite o pedido da Promotoria de Justiça, será aberto um prazo de 180 dias para que sejam iniciados os trabalhos de recuperação geológica nas comunidades do Jardim Califórnia, Vila Nova, Prado, Jardim Califórnia, Jardinlândia, Rosa Branca, São Geraldo e Três Cachoeiras onde, aproximadamente três mil pessoas aguardam pelas providências. Mas, como se sabe, estas não são as únicas comunidades abandonadas, tanto que o Ministério Público anuncia que, nos próximos dias, irá ingressar com novas ações públicas para contemplar bairros como Floresta, Rui Sanglard, entre outras.
Veja quais são os pleitos do Ministério Público, através dos promotores de Justiça Carlos Augusto Coelho de Andrade, Bruno de Faria Bezerra e Henrique Aragão, nas 11 ações civis públicas protocoladas este mês, quando a tragédia completou 18 meses:
Em agosto de 2011, o MPRJ recebeu relatório do mapa de risco geológico em Nova Friburgo, estudo elaborado pelo DRM-RJ e pelo CPRM, constatando a existência de inúmeras localidades com encostas em risco iminente de novos deslizamentos. Essas encostas não estão contempladas nas oito obras de contenção contratadas pelo Estado. Nessas áreas, o MPRJ instaurou inquéritos individualizados para aquelas onde havia maior grau de risco e de pessoas atingidas.
LAZZARETTO - Requer que seja determinada pela Justiça a realização de obras de contenção, estabilização e drenagem nas encostas próximas às ruas Augusto de Souza Freitas e Benjamin Constant e da Avenida dos Ferroviários, onde há cerca de 250 pessoas atualmente em risco de vida.
VILA NOVA – O MPRJ requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem nas encostas próximas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em Vila Nova, onde há quase 80 pessoas, atualmente, em risco de vida. Em dezembro de 2011, a Defesa Civil Municipal realizou nova vistoria na encosta da Uerj, concluindo que a área ainda se encontra em risco.
PRADO – A Promotoria de Justiça requer a realização de obras de contenção, estabilização e drenagem nas encostas da Rua Francisco José Martins, em Prado, onde há quase cem pessoas atualmente em risco. Em janeiro deste ano, o CPRM realizou nova vistoria técnica no local, aconselhando a adoção de reparos estruturais.
JARDIM CALIFÓRNIA – O MPRJ requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias na Rua Glória Matos, onde há 800 pessoas atualmente em risco. Requer ainda a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias nas encostas próximas das Ruas Bento Faria e Alcindo Alves dos Reis, no Jardim Califórnia, onde há cerca de 230 pessoas atualmente em risco.
JARDINLÂNDIA – O Ministério Público requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias nas encostas em risco geológico nas proximidades da Rua Francisco Primo Queiroz, Rua José Afonso de Queiroz, Rua David Marques dos Santos e Rua Benjamim Constant 647 e 649, onde há quase 300 pessoas atualmente em risco de vida.
ROSA BRANCA – O MPRJ requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem nas proximidades da Rua Las Vegas 271, São Jorge, Loteamento Rosa Branca, no bairro de São Geraldo, onde há quase 160 pessoas atualmente em risco.
SÃO GERALDO – Requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem nas proximidades das Ruas José Alves Teixeira, Carlos Condack, Ricardo Santos e Farmacêutico Saturnino Pereira, em São Geraldo, onde há cerca de 580 pessoas atualmente em risco. O MP requer ainda a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias nas encostas próximas das ruas Salvador Heggendorn, Joaquim Augusto dos Reis, Joaquim Augusto dos Reis com Rua Aracruz e Rua Satilde C. Gomes, onde há quase 300 pessoas atualmente em risco de vida. No mesmo bairro, requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias nas encostas da Rua Aristides José Pereira, onde há quase 60 pessoas atualmente em risco de vida.
TRÊS CACHOEIRAS – O MPRJ requer a realização das obras de contenção, estabilização e drenagem necessárias nas encostas próximas ao loteamento Parque Agrinco, em Três Cachoeiras, onde há quase 150 pessoas atualmente em risco de vida.
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