Bobby Green falou durante quase todo o combate. No entanto, foi Edson Barboza quem deu o recado no coevento principal do "UFC: Edgar x Swanson”. O lutador de Nova Friburgo voltou a apresentar um enorme repertório de golpes e, por decisão unânime dos juízes (triplo 30-27), encerrou uma sequência de oito vitórias seguidas do rival. Este é o 15º triunfo em 17 lutas na carreira, um retrospecto que o credencia a sonhar com uma disputa de cinturão da categoria. Green, por sua vez, sofreu a sexta derrota em 29 combates como profissional, e a primeira no UFC.
"Estou muito feliz, treinei muito para essa luta, e acreditem, vocês ainda não viram o melhor Barboza. Ele se movimenta muito, é muito difícil de prever o que ele vai fazer. Eu usei muito as minhas pernas para pará-lo”, comentou Barboza ainda no octógono, logo após o combate. Logo nos primeiros instantes, Edson partiu para o ataque com o golpe que lhe é mais característico. Ele acertou um chute baixo, e Green, provocante, afirmou que não havia se incomodado com o golpe. No chute seguinte, contudo, o oponente não pôde esconder os efeitos. Barboza acertou a linha de cintura, mas Green conseguiu segurar a perna do friburguense. A recuperação foi imediata. Os dois chutes consecutivos tiveram como resposta do americano o movimento de negativo com a cabeça. Green ainda "limpou” o local com a mão.
Alheio às provocações, Barboza prosseguiu no controle do combate e somava pontos a golpe certo. O round terminou com uma esquiva à joelhada voadora de Green. O chute alto nos primeiros instantes do segundo round também não atingiu o alvo. Barboza, ao contrário, era eficiente na aplicação dos chutes. No primeiro, Green balançou, e no segundo, rodado, caiu e se levantou rapidamente. Green manteve as provocações, mas passou a tentar atacar mais, principalmente com chutes e até com um soco rodado. Edson manteve a concentração.
Atento às aproximações do americano, Barboza acertou uma direita de encontro em Green e o desestabilizou no início do terceiro round. Green tentava encurtar a distância e sempre era recebido com golpes do brasileiro. Com um pequeno ferimento no supercílio direito, Barboza mantinha a movimentação constante, enquanto Green não conseguia golpeá-lo ou se aproximar a ponto de encurralá-lo. Nos segundos finais, Edson Barboza acertou um belo chute na área de cintura.
A poucos segundos do fim, Barboza desabafou e comemorou na frente de Green, que não teve tempo para reagir. Após o fim da luta, os dois lutadores se ajoelharam no centro do octógono e se abraçaram por um longo tempo. Depois de tantos golpes, um verdadeiro "tapa sem mão” às provocações do americano.
"Bobby falou por 14m50s da luta. Faltando dez segundos para acabar, foi a minha vez de falar. Ele falou muito a luta toda. Eu só falei no fim. É engraçado, porque todas as vezes que ele balançou a cabeça eu o acertei com um belo golpe. Sei que ele sentiu todos os meus golpes. Todos eles o machucaram. Ele disse que não para tentar me desestabilizar. A maioria dos boxeadores faz isso, é normal. Quero encarar quem estiver na minha frente no ranking. Estou pronto para grandes desafios, sem dúvida nenhuma.”
Lutador de Nova Friburgo teve que encarar as provocações do oponente
No fim do duelo, uma cena marcante: Barboza e Green se abraçam de joelhos no centro do octógono
Dolorido
Classificação do Madureira reforça lamentação no Friburguense: ‘Estaríamos na série D’
Uma disputa de pênaltis impediu o Friburguense de alcançar o grande objetivo da temporada. A vaga na decisão também significaria um lugar na série D do Campeonato Brasileiro, uma vez que o Madureira (que já disputa a série C) avançou à final. O duelo contra o Resende pelas semifinais da Copa Rio já ficaria marcado por tudo o que aconteceu dentro de campo no estádio do Trabalhador, mas ganhou contornos de lamentação pelo fato de a classificação para a quarta divisão do futebol nacional ter escapado por tão pouco.
"A gente já conquistaria isso, já estaríamos na Série D. Seria a conquista do objetivo traçado no início dessa temporada. Mas o futebol não é matemática exata”, comentou o técnico Gerson Andreotti.
Quanto ao duelo em Resende, o comandante do Frizão assistiu a dois tempos distintos. O primeiro, de domínio do time da casa, que conseguiu abrir o marcador já no fim da etapa inicial. No segundo, entretanto, o Friburguense foi superior e criou algumas oportunidades para empatar a partida.
"Eles, no primeiro tempo, foram melhores que a gente. Estavam mais portados para fazer o resultado para, pelo menos, ir para os pênaltis. E se atiraram com tudo. E no segundo tempo, acho que fomos melhores. Tivemos três oportunidades de frente para fazer, mas não fizemos. Não era o que eu queria, mas o grupo está de parabéns. Perder do jeito que foi, com oito cobranças. Esse tipo de coisa assim só dá para parabenizar o Resende e a nós também. Se tivéssemos passado, éramos merecedores. Mas é isso, vida que segue. Vamos lá de novo.”
Sexto melhor time do estado no Campeonato Carioca e semifinalista da Copa Rio, o Friburguense já começa a planejar a próxima temporada para buscar um desempenho ainda melhor. Em 2015, o Tricolor da Serra disputa a elite do futebol carioca a partir de 1º de fevereiro, e a Copa Rio no segundo semestre. No entanto, ainda pode buscar uma vaga no Brasileiro da Série D através do estadual.
Madureira em vantagem na decisão
O Madureira saiu na frente na decisão da Copa Rio 2014. O Tricolor Suburbano venceu o Resende por 1x0 em Conselheiro Galvão, com o gol de Osvaldir aos 42 do segundo tempo. O resultado permite ao time de Leston Júnior empatar o jogo da volta para levar a taça, e consequentemente, a vaga na Copa do Brasil. Já o Resende precisa vencer por dois ou mais gols de diferença para levar a Copa Rio para casa. A partida será no sábado, 29, às 16h30, no Estádio do Trabalhador.
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