Dois dias depois de o site de A VOZ DA SERRA publicar reportagem sobre o desequilíbrio observado entre a euforia dos passageiros e o descontentamento dos motoristas em Nova Friburgo, a Uber reajustou sua tabela de preços. Agora, o novo valor bruto do quilômetro rodado em Nova Friburgo - R$ 1,20 - está equiparado ao das demais cidades da Região Serrana, como Teresópolis e Petrópolis, e da Região dos Lagos, como Macaé, Rio das Ostras e Cabo Frio.
A novidade, que pegou os motoristas de surpresa na noite desta quarta-feira, 1º, atende a uma reivindicação da categoria. Eles asseguram que a diferença é inexpressiva para os passageiros, que continuam pagando baixos valores pelas corridas, pelo menos fora dos momentos "dinâmicos", quando há poucos carros em circulação e o preço pode subir até quatro vezes mais.
A empresa de transporte alternativo on-demand começou a operar em Nova Friburgo há seis meses, antes mesmo da regulamentação, que ainda está tramitando na prefeitura. A própria Uber já tinha anunciado que, no fim de junho, fizera ajustes na tabela, flexibilizando a taxa de 21% cobrada dos motoristas a cada corrida, dependendo da extensão e do tempo gasto para cumprir o trajeto. Mas os motoristas ainda não tinham notado diferença no bolso.
Pela nova tabela, o valor bruto do km rodado em Friburgo sobe de R$ 1 para R$ 1,20, e os motoristas passam a ganhar 90 centavos pelo km rodado, em vez de 75 centavos. O aumento do valor em Nova Friburgo foi de 15 centavos, enquanto nas outras cidades de porte médio foi de cinco centavos. Também aumentou o preço básico de saída, de R$ 2,50 para R$ 3. Uma corrida simples, que custava R$ 7,75, agora sai por R$ 8,22.
Como a VOZ DA SERRA mostrou, o serviço de Uber em Nova Friburgo, elogiado por muitos usuários, enfrenta hoje um dilema que pode colocar seu próprio futuro em risco: o mesmo preço baixo que empolga os passageiros desanima os motoristas. Além de serem taxados em cerca de 21%, eles alegam que rodar em Nova Friburgo está longe de ser um bom negócio, devido aos altos preços da gasolina e do GNV, à topografia com muitos morros e ladeiras íngremes, a muitas estradas de terra esburacadas e aos engarrafamentos, cada vez mais frequentes. Como resultado, muitos deles desistem, e os carros desaparecem das ruas.
A VOZ DA SERRA ainda aguarda contato com a empresa, em São Paulo, em busca de mais detalhes sobre o ajuste.
RELEMBRE:
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