Tristeza prolongada..

sexta-feira, 31 de agosto de 2012
por Jornal A Voz da Serra

Thereza Freire Vieira (*)

A tristeza vai se prolongando e, se a pessoa não fizer nada, vai perdendo o contato com os amigos, a vontade de sair, de se divertir e tudo se transforma num sacrifício e aos poucos em peso que não se pode suportar.

Se uma pessoa está triste permanentemente, é preciso procurar ajuda médica, pois muitas vezes os antidepressivos podem melhorar o estado e até curar.

O problema maior é que os familiares acham que é uma situação peculiar ao idoso e vão deixando para trás a ajuda profissional. A depressão traz consigo sintomas físicos e apenas um profissional habilitado pode cuidar desses idosos e proporcionar-lhes uma vida melhor.

Com a espera prolongada, pode, quando chegar ao profissional, não ter mais condições de tratamento. E apenas a ajuda de um geriatra ou de um neurologista poderia diferenciar de problemas circulatórios e cerebrais, arteriosclerose e Alzheimer.

Na maioria das vezes, os idosos não buscarão ajuda e é preciso que um acompanhante ou um familiar atento procure especialistas que poderão ajudar a resolver o problema.

Não podem achar normal que o idoso vá se fechando dentro de casa, perdendo o interesse pelas outras pessoas, amigos e parentes de que ele gostava, tornando-se apáticos e sem interesse para as coisas e as pessoas.

Pequenas alterações no humor, pessoas calmas que vão se tornando agressivas, outras que dormiam pouco e passam sonolentas a maior parte do dia e dormem nos vários períodos do dia são bons índices para se procurar ajuda de um profissional especialista.

Um filho procurou um profissional porque notou que a mãe, que fazia questão de ela mesma cuidar das plantas, do jardim, que mantinha os vasos exuberantes, que chamavam a atenção de todos que chegavam, passou a descuidar, a perder o interesse pelas plantas, não falava mais com as suas flores. E a ajuda chegou em boa hora.

Mesmo que os pais, os avós não queiram ir ao médico, os filhos devem insistir e mantê-las sob os cuidados de um profissional com que o paciente tenha afinidades, simpatia, que goste de conversar. Assim, esse médico estará em condições de detectar um problema logo que ele surja.

(*) Médica geriatra e escritora,

colaboradora de jornais e revistas

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