A Comissão de Política Urbana, Habitação e Assuntos Fundiários da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), presidida pelo deputado estadual Nilton Salomão, promoveu na terça-feira, 12, audiência pública para discutir o atraso nas obras de contenção de encostas, construção de pontes e casas populares necessárias devido à tragédia das chuvas de 2011. Salomão, que tem base eleitoral na vizinha Teresópolis, criticou o fato de a construção das casas para os desabrigados das chuvas ser responsabilidade da Secretaria Estadual de Obras e não da Secretaria de Habitação, que oficialmente tem essa mesma função.
"É preciso uma estrutura específica e preparada com força política para dar respostas às demandas, mas o governo do estado optou por criar uma subsecretaria (a Extraordinária da Região Serrana)”, sustentou Salomão, cobrando do Estado mais sensibilidade e respeito para com as vítimas da tragédia. Para o deputado, a demora nas obras de reconstrução também se justifica com a falta de organização de municípios atingidos que não se uniram para receber e aplicar os recursos disponíveis para as intervenções. "Prefeitos cruzaram os braços e deixaram o trabalho sob a responsabilidade do Estado”, complementou Nilton Salomão.
O engenheiro José Beraldo Fortuna Soares, titular da Subsecretaria Extraordinária para Reconstrução da Região Serrana, participou da audiência e destacou os investimentos recentes em Nova Friburgo, como contenção de um paredão rochoso no bairro Córrego Dantas com 450 metros de altura. Beraldo definiu a intervenção como uma "obra emblemática” devido à identificação de pelo menos 57 pontos críticos. Só as obras do acesso à encosta já consumiram R$ 12 milhões.
Salomão também lembrou ao fim do encontro a necessidade de viabilização de atendimentos psicológicos aos sobreviventes da tragédia nos municípios serranos e explicações do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sobre as obras em andamento. Também participaram da audiência representantes do Ministério Público, vereadores, a procuradora do Estado, Norma Parente, e membros de entidades representativas das vítimas da tragédia.
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