A peça “A aurora da minha vida”, de Naum Alves de Souza, será encenada pelos alunos do Teatro do Externato Santa Ignez (Tesi), nos dias 13 e 15 (nesta quinta-feira e sábado), às 19h30, no Espaço Mundo Azul, nas dependências do colégio.
Neste ano do Jubileu de Ouro do Externato Santa Ignez, o Tesi está completando 11 anos de existência. Criado em 2001, sua primeira montagem foi “Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna. Desde então, o Tesi vem encenando verdadeiras joias do cenário literário e musical brasileiro, através de apresentações impecáveis de autores como Castro Alves, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Machado de Assis, clássicos como “O pagador de promessas” e infantis como “O rapto das cebolinhas”. E ainda espetáculos sobre Cazuza e Chico Buarque de Holanda.
Essa trajetória tem sido marcada por um grupo que se renova a cada ano, pela saída e chegada de novos alunos, bem como pelo retorno de ex-alunos do ESI, sempre dirigidos pela professora Mariangela de Andrade Erthal, que, com o apoio de outros segmentos do colégio, transforma o Espaço Mundo Azul num especial palco teatral.
Sobre a peça
A peça “A aurora da minha vida”, escrita em 1981, foi encenada pela primeira vez em São Paulo e, depois, no Rio de Janeiro. O texto de Naum “focaliza criticamente a [antiga] escola primária e secundária no Brasil [dos anos 60], como o sistema hierárquico, as restrições ao livre arbítrio, as discriminações, denunciando um sistema escolar opressor e antidemocrático, que favorecia os filhos dos mais influentes. Os profissionais são rudes e autoritários e suas ações retratam tempos de ditadura e palmatória”.
Ninguém na peça tem nome próprio. A hierarquia escolar é designada pelas suas funções: diretor, padre, professora de inglês, professor de desenho etc. Os alunos, por sua vez, são designados por qualificativos: Adiantada, Quieto, Órfão, Gorda, Puxa, Bobo, Gêmeas. Porém, cada figura acaba adquirindo, gradativa e paralelamente, contornos psicológicos que a individualizam, sobretudo graças às informações sobre o seu “pedigree” familiar. Aos poucos, os dramas fragmentados se amarram, formando dramas individuais mais amplos.
O trabalho realizado pelos alunos do Externato Santa Ignez em 2012 é uma adaptação do texto original, realizada e dirigida por Mariangela Erthal, que já teve a oportunidade de levar “A aurora...” aos mesmos palcos do Mundo Azul nos anos de 2005 e 2006, quando foi encenada por outros alunos do Tesi e, igualmente, com atuações brilhantes.
Os ingressos podem ser adquiridos na secretaria do colégio a R$ 5. Classificação 12 anos.
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