DESDOBRAMENTO da Operação Lava Jato da Polícia Federal, o trabalho coordenado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deverá apresentar, talvez amanhã, 4, a lista dos políticos investigados na ruidosa operação de corrupção na Petrobras beneficiando partidos políticos. O material está sendo minuciosamente revisto para ser entregue ao Supremo Tribunal Federal, no caso de parlamentares, e ao Superior Tribunal de Justiça, no caso de governadores.
NOS CORREDORES do Congresso Nacional, a frase "sabe de algum nome?” vem sendo pronunciada fartamente, o que denota a preocupação da classe política com a divulgação dos prováveis nomes envolvidos na escandalosa transação. Antes mesmo da divulgação dos suspeitos (algo em torno de 30 nomes), as evidências de interferência política na Operação Lava Jato expõem uma face cruel do país, sob todos os aspectos. Até mesmo o carnaval, uma das mais autênticas manifestações brasileiras, rendeu-se por dinheiro a uma ditadura africana sangrenta.
PORÉM, NEM tudo é podridão. Algumas instituições reforçam seu papel na democracia, como demonstra a inédita decisão do Ministério Público de cobrar R$ 4,47 bilhões como ressarcimento de parte dos recursos desviados da Petrobras, apurados na Lava Jato. E, por todo o país, mais brasileiros do que nunca se articulam para sair à rua espontaneamente, denunciando desmandos e cobrando providências.
A SOCIEDADE brasileira vive um momento em que já não suporta mais tanta hipocrisia. Livrar-se desse mal, que favorece alguns em prejuízo de todos e da própria imagem nacional, exige persistência dos órgãos de fiscalização e impõe custo para o país, que no final será compensado. A mobilização do Congresso para preservar a classe da ação moralizante da Lava Jato dá uma ideia do quanto a sociedade precisa, permanentemente, cobrar transparência dos homens públicos e se mostrar vigilante em relação a seus atos. A semana promete ser quente, como um dia de verão.
Deixe o seu comentário