Já é de amplo conhecimento que o cigarro pode provocar uma série de doenças como câncer de pulmão e de laringe. O que pouca gente sabe é que os fumantes têm três vezes mais risco de desenvolver tendinite, segundo pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). O estudo revela que o tabaco afeta a circulação de oxigênio nos tendões, aumentando a possibilidade de o indivíduo ter a doença mais cedo: entre 30 e 40 anos. Geralmente, as lesões de tendão costumam aparecer entre 50 e 60 anos, de acordo com especialistas.
A pesquisa destaca que a tendinite é mais severa nos indivíduos que fumam. Isso porque a nicotina “cola” nos vasos que levam sangue e oxigênio ao tendão, tornando a área mais rígida e frágil, o que facilita a lesão. Os especialistas explicam que os pacientes acabam arrebentando a região fazendo um movimento comum.
A recuperação de quem fuma também é mais demorada. “A reabilitação dos microvasos que deveriam levar os nutrientes e o oxigênio custa mais a acontecer. Como esta nutrição não é adequada, o processo de regeneração do tendão é mais longo”, diz o ortopedista do Into, Yonder San, responsável pelo estudo.
Para prevenir futuros problemas, especialistas recomendam a prática de atividades físicas regulares e a adoção de uma dieta rica em cálcio e sais minerais, já que o tabagismo também pode interferir na absorção de cálcio, levando a uma carência da substância no organismo. Entretanto, a melhor opção para evitar danos à saúde é parar de fumar. Mais de 50 doenças estão associadas ao tabagismo, a segunda maior causa de mortes de fumantes ativos e a terceira de fumantes passivos no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Anualmente, cerca de cinco milhões de pessoas morrem no mundo por doenças decorrentes do fumo—200 mil delas no Brasil, segundo a OMS.
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