RECENTES debates ocorridos em Nova Friburgo durante o 1º fórum do Programa Supera Rio, no início da semana, traçaram metas para o estado do Rio superar a grave crise econômica através de ações para estimular o desenvolvimento a curto e médio prazos. Conforme divulgado na edição de sexta-feira, 17, de A VOZ DA SERRA, os participantes listaram 18 ações para a região serrana capazes de reerguer a economia, numa iniciativa da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Alerj.
TAIS AÇÕES são motivadoras e a população aguarda ansiosa a adoção de medidas práticas para reverter o quadro atual de dificuldades. Sem enxergar uma luz no fim do túnel, pelo menos nesse ano, os consumidores optaram por apertar o cinto e guardar o dinheiro, ao invés de utilizá-lo no consumo. A crise financeira deixou o brasileiro descrente e a confiança do consumidor caiu ao menor patamar desde que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) criou o índice, medido desde 2005. Sinal dos tempos.
QUEM PRIMEIRO sentiu os efeitos da falta de dinheiro foi a classe média brasileira, com crédito restrito e demissão à vista, pois essa parcela da população somava 53,8% do total de brasileiros, sendo agora obrigada a fazer ajustes para se manter equilibrada dentro do orçamento familiar. No momento, não há nada capaz de motivar os impulsos consumistas. A chamada “classe C” está sentindo os reflexos da crise.
O TEMOR DO desemprego obrigou a retenção do consumo e muitos trabalhadores não querem arriscar comprar bens cujas prestações ultrapassem o limite da previsibilidade. Ninguém quer pactuar dívidas acima de três prestações, como os produtos eletrônicos, os de informática e os eletrodomésticos, pois o maior temor, hoje, é com o desemprego.
AS MUDANÇAS nos hábitos de consumo também são percebidas em Nova Friburgo, que, como qualquer cidade brasileira, teme ficar à mercê dos efeitos da crise. E, em tempos bicudos, o melhor que o cidadão pode fazer é restringir o consumo e garantir alguma poupança para os tempos mais difíceis. É a crise da confiança mostrando as suas garras.
NUM MOMENTO de extrema preocupação no mundo inteiro, é bom que o friburguense não se sinta num paraíso, isolado dos problemas e imune aos efeitos da macroeconomia. A globalização não tem fronteiras e atinge todas as nações. Ingenuidade pensar o contrário. Vivendo um período de instabilidade dos índices de crescimento do país este ano, ainda falta muito tempo para fechar a conta do período e os acontecimentos se sucedem de forma surpreendente. Prudência e caldo de galinha, portanto, são receitas que não devem ser desprezadas.
A CAUTELA NÃO deve inviabilizar o empreendedorismo nem diminuir o ímpeto da nossa produção. Os tempos são difíceis, mas a solução capaz de deixar a crise para trás está na capacidade de criar novas oportunidades de negócios, como proposto na Carta da Região Serrana, instigando a criatividade, que é um grande diferencial nestes dias de incerteza. A classe média vai poupar, mas não deixará de mostrar a sua importância nem de mostrar que pode dar a volta por cima. É esperar para ver.
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