A 17ª versão da cavalgada de São Jorge, organizada por Júlio Cezar Alves, o conhecido Júlio do Cavalo, reuniu no domingo, 22, centenas de cavaleiros e amazonas de Nova Friburgo—Salinas, Campo do Coelho, Vargem Alta, Lumiar, Granja Spinelli, Cascatinha e outros bairros e distritos—e ainda Macuco, Cordeiro, Cantagalo e outras cidades. A concentração foi feita no campo do Nova Friburgo Futebol Clube, em Conselheiro Paulino, de onde saiu a cavalgada que deu a volta no centro da cidade.
De acordo com Júlio do Cavalo, foram 48 dias de trabalho para organizar o evento. No campo foi preciso passar a máquina Patrol, com ajuda da Prefeitura e do secretário de Conselheiro Paulino, Gustavo Knust. O tempo fechado prejudicou um pouco a festa, admitiu Júlio, mas mesmo assim esperava-se mais de mil participantes.
O prefeito de Macuco, Rogério Bianchini, cedeu seu trio elétrico, particular. Nessa cidade também é feita cavalgada de São Jorge, na zona rural do município. No entanto, a grande cavalgada de Macuco é realizada no feriado de 7 de setembro, durante a exposição agropecuária do município, que este ano terá como atração principal Chitãozinho e Xororó. Essa cavalgada costuma reunir entre 1.500 e dois mil participantes, inclusive muitos friburguenses.
Júlio estendeu seus agradecimentos ao 11º Batalhão de Polícia Militar, Prefeitura, através das secretarias de Saúde e de Conselheiro Paulino, Autran, imprensa e a todas as pessoas que colaboraram com o evento. Devoto de São Jorge, Júlio começou a fazer a cavalgada como uma brincadeira, em 1995, na Praça do Suspiro. Eram quatro organizadores, que depois se afastaram, e a partir da segunda edição, Júlio organizou sozinho, o que continua fazendo até hoje, contando com apoio da comunidade. “Eu quero fazer a cavalgada até a 80ª edição”, brinca, com toda a disposição.
No campo do NFFC, local da concentração, foram montadas duas lonas de cobertura, praça de alimentação e baias para cavalos e charretes, além de música do trio elétrico e brincadeiras como escorrega e cama elástica para as crianças.
Sobre os comentários de que pessoas integravam a cavalgada com latas de bebida e sem camisa, entre outras questões (inclusive comentadas neste jornal por John Pentayllor), Júlio do Cavalo disse que orienta, mas não tem como controlar todos os participantes. Afinal, são mais de mil.
Devoção e perseverança
A cavalgada de São Jorge ganha novos adeptos a cada ano, que não abrem mão de continuar após participarem pela primeira vez, somando-se aos já veteranos. E olha que na cavalgada tem gente de todas as idades. Desde os mais velhos até crianças no colo.
Um dos exemplos são as irmãs Sabrina e Ariane Knupp Cariello, da Granja Spinelli. Sabrina participava com seu filho Gabriel, de 4 anos, e o marido Samuel. Ele participou de todas e ela pela quarta vez, desde antes de ter o menino. A primeira vez que levou o filho ele tinha dez meses de idade.
Ariane marcava presença com a filha Milena, de 3 anos, e o marido Joilson. Quando participaram pela primeira vez a menina também tinha dez meses de idade. E não pararam mais. “Filha de peão, peão é”, diz Ariane.
A turma da Cascatinha, por exemplo, participava com mais de 30 pessoas. Entre eles estavam os meninos Maluan, de 6 anos, há três na cavalgada, e Cristopher, de 5, que participava pela primeira vez. Já Ivan Tardin da Silveira, de 34 anos, participa desde a primeira edição, ainda jovem. E trouxe familiares e amigos, como a esposa, quatro filhas, sobrinha e outras pessoas. Devoto de São Jorge, Ivan não perde uma cavalgada.
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