Tempestade em copo d’água

segunda-feira, 03 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra

(*) Sueli Meirelles
Na noite do dia 12 para o dia 13 de novembro, uma chuva de más notícias caiu sobre Nova Friburgo, rememorando a tragédia de 11 de Janeiro de 2011. Antigas fotos foram desarquivadas pela grande mídia, reativando os sentimentos de medo da população e afogando as expectativas e esperanças dos comerciantes e hoteleiros da nossa cidade, que aguardavam o bom movimento do longo feriado. 
Tendo consultório no Rio, ainda na terça-feira (dia 13), desci a serra para os atendimentos do dia seguinte, para surpresa de meus familiares que, impressionados pelas notícias impactantes da mídia inconsequente, acreditavam que a estrada de acesso a nossa cidade estava bloqueada.
Nesta segunda-feira, em contato com alguns clientes, lojistas de confecção e hoteleiros, conferi os estragos provocados pelos exageros televisivos, sobre a grande quantidade de pequenas indústrias, que ainda tentam se recuperar dos prejuízos de 2011.
Diante de tudo isso, indago: 
O que leva a grande mídia a não situar o bairro onde ocorreu o deslizamento das pedras, em relação ao município de Nova Friburgo, evitando a generalização informacional?
Há alguma intenção oculta nessa postura de reportagem ou é apenas um vício pernicioso do velho estilo jornalístico, que privilegia o trágico, em busca de melhores índices de audiência? 
Será que esses jornalistas são profissionais inexperientes, que tentam alçar um lugar de destaque em suas carreiras, ou tudo isso ocorreu por conta de orientação editorial?
Terão eles consciência das consequências nefastas de suas informações exageradas sobre a economia de uma cidade turística, que depende da imagem divulgada?
Estão eles cientes de que os prejuízos das empresas friburguenses geram desemprego para a população?

Diante de tudo isso, proponho:
Que todos os friburguenses que amam a nossa cidade, através do Facebook, enviem notícias corretas aos seus contatos, desfazendo a má impressão dos turistas, em relação à Região Serrana, atual foco de caça televisiva de possíveis novas tragédias.
Que se busque um jornalismo consciente e verdadeiro, imbuído de sentimentos de solidariedade para com o povo de Nova Friburgo, que já sofreu tantos prejuízos materiais e emocionais.
Que essa mesma mídia também nos ajude a divulgar pelo Brasil afora todas as riquezas naturais que ainda fazem de Nova Friburgo a cidade-parque, onde temos a alegria de viver e trabalhar, sempre pronta para acolher os turistas que a vem visitar.

(*) Psicóloga clínica do CIT—Colégio Internacional de Terapeutas. Membro da Alubrat—Associação Luso-Brasileira de Psicologia Transpessoal.
Produtora e apresentadora do Programa Bloco Mulher Espiritualidade—Rádio Comunidade Friburgo FM 104,9 – às sextas-feiras, das 10h às 11h
Site: www.institutoviraser.com
E-mail: sueli_meirelles@yahoo.com.br

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