Tempos pós-modernos
Ger@l.com retorna à grade da Globo
ainda mais conectado e tecnológico
Existe uma nova ordem mundial na área dos modismos culturais. Trata-se dos tweens, neologismo norte-americano que designa os pré-adolescentes e que se converteu em uma indústria milionária dentro do mercado artístico. Sejam eles parte de uma invencionice publicitária ou de uma manifestação social legítima, o fato é que essa fatia do público já chamou a atenção da Globo. Seguindo a linha de seriados como Hanna Montana e Jonas, produzidas lá fora pela Disney, o contra-ataque nacional vem novamente com Ger@l.com. “Eu digo que são os pré-teens. E a primeira temporada conseguiu atingir exatamente esse público, pegou a molecada de jeito”, garante o diretor geral Leandro Neri.
Exibida após a TV Globinho em julho, a primeira temporada agradou à emissora o suficiente para garantir seu retorno nesse final de ano. Mas não sem algumas mudanças: a produção passa a ser semanal, com cinco episódios que serão apresentados aos domingos. O novo dia e horário – logo após o Esporte Espetacular – acabou influenciando também outros aspectos do programa. “Da outra vez, a gente tinha um compromisso maior com o público infanto-juvenil. Agora, temos um horário mais familiar e precisamos falar com um leque mais amplo”, pondera Leandro, explicando a inclusão de temas voltados para os adultos e a participação de atores bem mais velhos. No time dos veteranos, Kadu Moliterno será Caco – pai de Rita, interpretada por Hanna Romanazzi. Trata-se de um dono de camping que leva uma vida alternativa. “Participar de um programa assim é uma maneira de renovar o meu público. O programa é uma versão futurista do Armação Ilimitada. Vou deixar de ser o Juba para ser o Caco”, brinca.
No outro extremo dessa equação está o elenco jovem. Com uma participação em Belíssima e um papel em A Favorita, Hanna é uma das mais experientes do grupo – mas, mesmo assim, ainda se surpreende com o fator histeria que a TV é capaz de injetar nos telespectadores mais vivazes. “O programa é todo focado na gente. A gente gravou um show e o público não era figurante, era de fãs da banda WWW. Tinha gente chorando! Não é que a gente não possa sair da rua, mas naquele momento foi surreal”, conta a atriz-mirim, em um misto de empolgação e espanto. Um dos rostos que retornam na segunda temporada, Xande Werneck era outro que não escondia a satisfação em voltar ao ar. “A gente estava esperando, mas não sabia se ia voltar nem quando. Já estava todo mundo com saudades”, revela.
Para ajudar a potencializar a popularidade da banda WWW, a estratégia é investir ainda mais na comunicação via Internet. Assim como na primeira temporada, os telespectadores poderão acompanhar, pelo site do programa, algumas cenas extras que totalizam cerca de três minutos. Além disso, um jogo on-line vai permitir que os internautas juntem pistas para descobrir quem é o misterioso vândalo que aterroriza o fictício condomínio Praialândia. “A Internet é uma ferramenta que ajuda a unir a realidade com a ficção. E vamos ter um novo personagem, que vai trazer um suporte tecnológico para o grupo”, explica Cláudio Lobato, redator final da produção, mencionando Kbeça, precoce hacker interpretado por Christian Zucolotto. Outro artifício será um programa extra, em que os atores farão improvisos em uma espécie de chat. “Já que a gente fica seis dias fora do ar, esse dia vai ser um espaço de comunicação dos internautas com os personagens”, justifica Leandro.
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