De cara no muro
Guilherme Berenguer mostrará a dificuldade do primeiro emprego em “Paraíso”
Depois de quase um ano longe das novelas, Guilherme Berenguer voltará à teledramaturgia com um personagem simbólico. Em “Paraíso”, que estreia no dia 16 de março, o ator será Ricardo – jovem que se forma em Publicidade e encontra um mercado de trabalho saturado. “Hoje a gente se depara com a falta de vagas para novos profissionais. Muitas vezes eles não têm condição de colocar em prática o que aprendem e mostrar o talento”, observa. A situação negativa, porém, não é creditada apenas ao inchaço do mercado. Guilherme reconhece que o acomodamento do personagem, que não investiu em estágios durante a faculdade, o prejudicou. “Penso da seguinte forma: quem é bom para caramba, se dedica e marca presença, acaba sendo lembrado e os outros é que correm atrás, querendo trabalhar com ele”, argumenta.
Para resolver o problema, Ricardo decide investir em um movimento cada vez mais comum: o êxodo urbano. Ao lado do amigo Otávio – jornalista recém-formado e igualmente desempregado vivido por Guilherme Winter –, o publicitário ruma em direção à cidadezinha de Paraíso. “Eles já chegam querendo movimentar a cidade, querendo fazer rádio, jornal, tevê, internet...”, enumera o ator. Tanta empolgação se explica: Ricardo e Otávio, amigos de Zeca – protagonista vivido por Eriberto Leão – acreditam que não terão problemas em conseguir emprego na área rural. A realidade, porém, não será tão amistosa. “O pessoal do interior convive muito entre si. Quando chega uma figura da capital, se coloca em questão o que aquela pessoa realmente quer, quais são suas intenções. Essa vai ser a reação no primeiro momento”, adianta o ator.
Para vencer tanta desconfiança, a dupla terá de “ralar” muito. Os projetos faraônicos de Ricardo para que Paraíso invista em veículos de comunicação esbarram no jeito ressabiado de Norberto, prefeito da cidadezinha, vivido por Leopoldo Pacheco. Ele teme que os rapazes sejam, na verdade, embusteiros atrás de dinheiro fácil. “Ele é honesto, mas também ambicioso. Faz gráficos, projeções de retorno do investimento”, revela Guilherme, mostrando os motivos que assustam Norberto. Postos para fora do gabinete a impropérios, os dois se contentam em começar a trabalhar realizando um humilde serviço de alto-falantes, instalados em postes da cidade. “O Ricardo está tão certo de que o projeto deles vai acontecer, que sonha muito alto mesmo. Ele olha para o estúdio e fica maravilhado”, conta.
Por causa do trabalho duro na iniciativa, Ricardo conseguirá do prefeito a concessão para utilizar um sinal de rádio juntamente com Otávio – dando início às transmissões da emissora Voz do Paraíso. Apesar de não ter feito “laboratório” para o trabalho, Guilherme diz que tem uma certa dose de experiência no assunto, fruto de suas participações como entrevistado em programas radiofônicos. “Tenho uma breve noção de tudo isso. Quando entrei no estúdio para gravar a primeira cena com o equipamento, já identifiquei onde fica o retorno, a saída de áudio, tudo. Botei o pé no cenário e sabia o que ia fazer”, garante.
Mas pelo menos um grupo verá com ótimos olhos a chegada dos forasteiros desde o início. As “regateiras” – meninas loucas para arranjar um bom partido – tratam logo de demonstrar sua faceirice pela dupla carioca. Enquanto o “mulherengo” Otávio fica todo animado, Ricardo mantém os pés no chão. “Sabe aquela cara que não quer se meter em roubada? O Ricardo se preserva. Ele está focado e sabe que, se tiver mulher na história, pode se enrolar”, pondera. O comportamento contido do rapaz com certeza não agrada às jovens “casadoiras” – mas incomoda, principalmente, à apaixonada Aninha, vivida por Juliana Boller. Apesar da reciprocidade do sentimento, qualquer início de relacionamento é cortado pelo publicitário. “Ela é ingênua, graciosa e bonita, também. Isso desperta o interesse dele. Só que o Ricardo tem todo um cuidado para não ser invasivo, emocionalmente, com essa menina de quem gosta”, justifica.
Hora de mudar
Karen Junqueira comemora papel em “Poder Paralelo”
por Louise Araujo/PopTevê
Karen Junqueira está prestes a entrar em sua terceira novela – mas, pela primeira vez, em uma trama com começo e fim bem definidos. Depois de estrear em “Malhação” – cujo enredo se altera a cada temporada – e de participar da inconstante “Os Mutantes - Caminhos do Coração”, já na Record, a atriz se prepara para a estreia de “Poder Paralelo”, em que vai interpretar a voluptuosa Gigi. “Estou superfeliz, né? Além do Lauro ser um autor muito conceituado, está abordando um assunto que é bastante falado, mas pouco mostrado na tevê”, acredita, referindo-se a Lauro César Muniz, que assina a produção que vai falar sobre a influência da máfia no Brasil.
A admiração da jovem atriz mineira também sobra para os colegas de elenco – entre eles, Lu Grimaldi e Gracindo Jr., que interpretam, respectivamente, Freda e Don Caló, pais da jovem e para quem ela se desmancha em elogios. “Está sendo uma honra trabalhar com atores como eles, que já estão há tanto tempo na estrada”, saúda. Segundo Karen, o trabalho com os veteranos tem sido uma oportunidade de aprender, tanto quanto de ganhar confiança com relação aos próprios recursos dramáticos. “Do mesmo jeito que eles me dão toques, também elogiam quando gostam de alguma coisa. São pessoas experientes e humildes”, garante.
O bom relacionamento entre eles, porém, não se repetirá na ficção – já que a família não será o esteio de Gigi. Longe de ser um exemplo de boa moça, ela tem uma relação conturbada com os pais e com o irmão mais velho, o problemático Rudi, vivido por Petrônio Gontijo. “Ela é meio rebelde sem causa, não está nem aí para a criação. A Gigi não tem aquela coisa ‘italianona’, vive a vida dela e não liga para tradições”, adianta. O único com quem a jovem se dá bem é o outro irmão, Tony, o misterioso protagonista interpretado por Gabriel Braga Nunes. Karen explica que, apesar de gostar dos dois irmãos, a relação com Tony é de admiração. “E o Rudi morre de ciúmes disso. Em várias cenas é mostrado como incomoda a ele as pessoas gostarem tanto do irmão”, conta.
Meio alheia a esses problemas e sem qualquer traço de interesse nos negócios escusos da família, a personagem ganha a vida como modelo. Mais do que uma profissão, a carreira é uma maneira de Gigi resolver sua quase obsessão com os holofotes. “Ela quer ser famosa, uma superstar”, resume a atriz. Um bom exemplo disso é quando a jovem ajuda a organizar uma coletiva de imprensa para que Tony se defenda da acusação de uma revista, que estampa na capa que ele é mafioso. “Ela fica louca! Ela adora a presença dos fotógrafos e se importa mais com eles do que com o fato de o irmão estar sendo acusado de qualquer coisa”, diverte-se.
Um reflexo desse perfil de compulsiva pela fama pode ser visto no figurino da modelo. Apesar de discreta, a maquiagem lança mão de um delineador preto para reforçar o olhar já marcante de Karen – referência à cantora britânica e artista-problema Amy Winehouse. “Ela gosta de ostentação, se veste como uma árvore de Natal. Mas uma árvore de Natal elegante, porque não usa nada de mau gosto”, ressalva Karen, que tem um estilo bem mais discreto em seu cotidiano. Outra adaptação para a atriz ao jeito um tanto “espontâneo” da personagem. Dona de uma autoconfiança de fazer inveja, Gigi usa e abusa do seu charme para conquistar quem está à sua volta. “Ela é sedutora, provocativa, gosta de brincar com alguns homens. Acaba sendo divertido, porque eu preciso trabalhar esse meu lado sensual e meio dissimulado”, diz ela, que aponta a atriz australiana Nicole Kidman como principal inspiração.
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