Comédia da vida pública
Novo quadro do “Fantástico” mostra modismos sob a ótica do humor
Descobrir tendências, novidades, modismos. Em suma: saber o que está bombando. Esse é o espírito de Vem com tudo, quadro que estreou domingo, dia 7, no Fantástico. Comandado por Regina Casé e realizado pela Pindorama, produtora que ela criou com o marido, Estevão Ciavatta, o segmento exibe uma mistura de ficção, entrevistas com populares e participação direta do telespectador – tudo com muito humor. “É uma crônica das coisas que, de repente, nos surpreendem porque está todo mundo fazendo. São fenômenos comportamentais e humanos e, todos os dias, a gente se vê sendo vítima deles ou zoando com eles ou louco para entrar naquela onda”, resume uma empolgada Regina.
O projeto original, porém, era bem mais simples do que a descrição sugere. Inicialmente, a ideia era deixar a atriz e apresentadora no confortável confinamento de um estúdio, atrás de uma bancada, contando os muitos causos urbanos que ouviu em suas andanças ao redor do mundo. “Nós não gostamos de ficar fechados no estúdio”, brinca Hermano Vianna, redator geral do programa. “A gente percebeu que muitas das coisas que iam ser explicadas falando, na ficção ficariam de maneira muito mais clara e explícita”, destaca ele, que, assim como Mônica Almeida, diretora de Vem com tudo, já trabalhou com Regina anteriormente - inclusive em outros dos seis quadros que ela já comandou no Fantástico desde 2003, quando estreou Brasil total.
O programa marca o retorno de Regina ao trabalho de humor ficcional – que lhe rendeu momentos memoráveis desde o extinto TV Pirata, no final dos anos 80. Com trabalhos cada vez mais esporádicos como atriz, sendo o último a participação na minissérie Amazônia - de Galvez a Chico Mendes, ela reconhece que acabou fazendo uma opção de carreira menos comum. “Quando me chamavam para fazer um papel ótimo em novela, pensava logo em um monte de atrizes que poderiam fazer aquilo”, pondera ela, que chegou a participar de quatro folhetins, sendo o último As filhas da mãe, em 2001. “Ao mesmo tempo, eu tinha a possibilidade de viajar para as periferias do mundo inteiro. Eu pensava: quem vai entrar nessa furada? Só eu mesmo”, argumenta, bem-humorada.
Ao todo, serão seis episódios com duração média de oito minutos cada. Neles, os mais diferentes tipos aparecem em assuntos tão diferentes quanto novos hábitos alimentares e tendências capilares.
Outro assunto em pauta será o uso de gírias. Para fazer piada com os termos da moda, Regina foi para a rua e incorporou um camelô de DVDs que ensinam o uso correto dos jargões no dia a dia. A reação dos passantes foi a menos provável: vários se interessaram pelo produto e outros fizeram questão de levar a mercadoria. “Eu tinha de ficar afastando e as pessoas diziam ‘Eu quero! Pelo amor de Deus, me deixa comprar!’”, conta, aos risos, a diretora Mônica Almeida. “Fiquei morrendo de vergonha, porque eram só caixinhas vazias. Mas acabei vendendo 18 reais”, diverte-se Regina.
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