Feito gente grande
Na fala de Pedro Nercessian sobram gírias adolescentes e energia juvenil. Nada mais adequado a um ator ainda jovem, de 22 anos, que vive um adolescente na ficção de Os Mutantes – Caminhos do Coração. Parte dessa vibração pode ser sentida quando Pedro fala do tipo de recurso de que lançou mão para compor Tarso, o mutante que tem os poderes de teletransporte e de parar o tempo. “Li muita coisa de quadrinhos, reli coisas que eu já tinha visto quando era pequeno. A preparação mais legal foi rever os desenhos animados”, empolga-se ele, fã do anime Cavaleiros do Zodíaco, febre entre as crianças durante a década de 1990.
Mas, apesar de soltar ocasionais irado ou maneiro ao longo da conversa, o discurso de Pedro está longe de ser imaturo ou superficial. Falar do trabalho em televisão, por exemplo, é motivo de seriedade. “A gente está ali para entreter o pessoal e vender sabão em pó no intervalo. Isso é o que move o sistema todo”, pondera ele, que não se deixa abater pela realidade pouco gloriosa do veículo. “Fico feliz de ver que o Tiago Santiago se preocupa em passar bons valores e uma mensagem positiva”, ressalva. A visão lúcida da profissão pode ser creditada aos anos de trabalho no Retiro dos Artistas, que abriga veteranos que passam por dificuldades financeiras. A entidade, localizada em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, e presidida por Stephan Nercessian, tio de Pedro, foi onde o ator iniciou sua carreira. É também no Retiro que ele assumiu, há alguns meses, a responsabilidade de capitanear a programação do teatro infantil. “Tem de organizar muita coisa, por isso já pedi ajuda de uma amiga que faz produção teatral. Armar esse circo é um processo e tanto”, diverte-se.
Nome – Pedro Nercessian de Carvalho.
Nascimento – 7 de setembro de 1985, no Rio de Janeiro.
Na tevê – “Eu gosto muito do CQC, da Band.”
Ao que não assiste na tevê – “Não gosto de programas sensacionalistas, acho tudo muito armado.”
Nas horas livres – Fazer trilhas ecológicas.
No cinema – Era uma vez..., de Breno Silveira.
Música – “Gosto muito de música brasileira dos anos 70, de grupos como Mutantes e Secos e Molhados.”
Livro – “As biografias escritas pelo Fernando Moraes.”
Prato predileto – “Trigo com galinha, um prato armênio.”
Pior presente – “Qualquer um dado só pelo valor material.”
O melhor do guarda-roupa – Camisetas regatas.
Perfume – Desire, de Alfred Dunhill.
Homem bonito – Chico Buarque.
Mulher bonita – Liliana Castro.
Cantor – Caetano Veloso.
Cantora – Patti Smith, cantora americana dos anos 70.
Ator – Milton Gonçalves.
Atriz – Paloma Duarte.
Animal de estimação – Não tem.
Escritor – Nelson Rodrigues.
Arma de sedução – “Quando eu tento usar alguma arma de sedução, é um desastre. Melhor ser natural.”
Programa de índio – “Boate lotada, cheirando a cigarro.”
Melhor viagem – Para a Bahia, em 2007.
Sinônimo de elegância – “De novo, tenho de dizer Caetano Veloso”.
Melhor notícia – “Se eu acertasse os números da Mega-Sena!”
Inveja – “De quem tem paciência de esperar as coisas acontecerem.”
Ira – “Falta de respeito com os mais pobres.”
Gula – Pudim de leite.
Cobiça – “Ter a minha própria casa.”
Luxúria – “Adoro mulher de calça jeans ou de lingerie preta.”
Preguiça – “Obrigações sociais me dão preguiça.”
Vaidade – “Com o meu trabalho.”
Mania – “Colecionar coisas antigas.”
Filosofia de vida – “A vida é agora. Esse é o meu lema.”
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