O horário do segundo jogo da seleção brasileira na Copa do Mundo 2018, nesta sexta-feira, 22, não intimidou os torcedores friburguenses, que saíram de casa cedo para assistir à partida contra a Costa Rica no telão da Praça do Suspiro. Para acompanhar a disputa, muitos já acordaram vestindo a camisa com as cores da bandeira, caprichando também nos acessórios. E a recompensa foi a vitória do Brasil por 2 a 0, em uma partida tensa, com gol e pênalti anulados, cartão amarelo para o Neymar e o Philippe Coutinho e o resultado que só veio após os 45 minutos do segundo tempo.
A exibição, assumida pelo Sesc Rio para essa segunda partida, em parceria com a prefeitura recebeu mais de 500 torcedores. As 400 cadeiras colocadas na praça foram ocupadas, os demais assistiram de pé a partida, sem contar os espectadores que optaram por parar na esquina do Fri Chopp. O evento ganhou uma estrutura, com banheiros químicos, tenda para proteger do sol e a participação de foods trucks e barraquinhas de bebida e alimentação. O esquema de segurança foi reforçado com a presença da Guarda Municipal e da Polícia Militar e uma ambulância permaneceu o tempo todo no local.
“Superou as nossas expectativas. Nosso desafio era mobilizar a população tão cedo para torcer junto pelo hexa e as pessoas responderam a esse chamado, participaram das atividades recreativas promovidas pelo Sesc, fazendo uma linda festa. Começando com Brasil e Costa Rica, o Sesc assume a exibição e irá organizar o espaço e a colocação do telão em todos os jogos da seleção. Teremos atividades durante todo o dia, passando também os demais jogos que acontecerem junto com os do Brasil”, diz o gerente da unidade do Sesc em Nova Friburgo, Alexandre Couto.
Grito fica engasgado com a anulação do gol do Neymar
Aos 25 minutos do primeiro tempo o gol do atacante Gabriel Jesus já mostrou que a torcida estava afinada. Anulado, por posição irregular do camisa 9, que estava impedido, o lance arrancou um lamento uníssono. O casal Elizabeth Júnior, de 44 anos, e Marçal Júnior, 68, que personificaram essa harmonia com camisas que, lado a lado, completavam o nome Brasil, comentaram o jogo:
“Resolvemos assistir o jogo aqui porque essa energia da torcida é muito boa. O jogo foi tenso, ficamos nervosos com os lances, mas como todo brasileiro, somos guerreiros, sabíamos que esse sofrimento inicial seria compensado”, comenta Elizabeth, que se programou para assistir todos os jogos do dia na Praça do Suspiro com o marido.
Com o final de um primeiro tempo nervoso, com o Brasil dominando a posse de bola e ditando o ritmo da partida - foram sete finalizações e uma chance de gol da seleção canarinho -, o Sesc organizou desafios para o intervalo. O primeiro deles, a oportunidade de ganhar uma camisa da Torcida Sesc para quem conseguisse fazer 20 embaixadinhas. Desafio vencido, o número foi aumentado para 40 para aumentar a dificuldade. E o torcedor mais experiente, um senhor de 77 anos, também ganhou o prêmio, mostrando que pessoas de todas as idades se mobilizaram para ver o jogo no telão.
Um exemplo dessa união é a senhora Judithe Gomes, de 65 anos, que inspirou a filha, Tatiana Guerra, de 44, e o neto, de 15, a irem assistir a partida na praça. Apaixonada por futebol, ela declarou “Hoje o jogo foi tenso, mas o Brasil estava muito bem, e o resultado foi muito bom”.
Entre as atividades recreativas estavam também: um aulão de alongamento pré-jogo, mesas de totó, ping pong e um mini campo de futebol. No local ainda foi montada uma cama-elástica para as crianças.
Vuvuzela marcando presença em um segundo tempo de acelerar o coração
O Brasil começou bem o segundo tempo, ameaçando e forçando o jogo contra a Costa Rica, deixando poucas oportunidades para que o time adversário montasse o ataque. Aos 26 minutos veio a primeira oportunidade, com chute Neymar. E aos 32 o pênalti a favor do Brasil anulado pelo juiz foi a gota d’água para os torcedores, que a partir desse momento já não conseguiam mais ficar parados, ansiosos com a proximidade do fim da partida.
Na sequência Neymar e Philippe Coutinho levam cartão amarelo - pelo ato de socar a bola contra o chão e por reclamar da jogada, respectivamente. E mais uma vez os friburguense seguraram o fôlego.
O grito de gol veio aos 45 minutos, com o camisa 11 Phelippe Coutinho. Desse momento em diante a festa ficou ainda mais animada, com gritos de gol, os ressoar de músicas de torcida. E a explosão no segundo gol, feito pelo atacante Neymar, aos 51 minutos, abafou o som do jogo e não foi possível ouvir nem o apito final.
“Foi sofrido, mas agora eu acho que a seleção engrena. Foi maravilhoso assistir o jogo aqui, o calor humano, a vibração da torcida são contagiantes. Cheguei às 8h para garantir um lugar bem na frente do telão e valeu cada minuto”, afirma Adriano José, de 51 anos.
Café da manhã ou cerveja?
O horário não foi problema. Com muita gente liberada do trabalho, a cervejinha acompanhou o futebol. O casal Juliana Nogueira, de 26 anos, e Rafael Gonçalves, 29, aderiram ao pedido, que de acordo com eles combinou muito bem com o jogo e clima.
“A cerveja desceu super bem, combinou com o clima de jogo, fica parecendo carnaval”, brincou Juliana. “Resolvemos assistir ao jogo na esquina do Fri Chopp para fugir do sol e também por poder acompanhar a partida em vários televisores”, comentou Rafael, que foi liberado do trabalho para acompanhar a seleção na Copa.
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