Alvo de polêmicas desde a sua inauguração, em 27 de setembro de 2008, o Teatro Municipal Laercio Rangel Ventura continua sendo objeto de controvérsias. A questão da vez é a interdição parcial do espaço — que há alguns meses não tem sido palco de espetáculos musicais e teatrais com bilheteria. Isso porque, o imóvel ainda não possui o alvará de funcionamento, o que poderia expor os usuários a uma série de riscos.
Com capacidade para 600 espectadores, estacionamento e galeria de arte, o teatro, que homenageia um dos patronos de A VOZ DA SERRA, está localizado na Praça do Suspiro e é uma referência cultural da região. Seu fechamento, ainda que temporário e parcial, vem desagradando a comunidade, conforme a série de queixas que têm chegado à redação do jornal. A principal reclamação é quanto à morosidade para a liberação do local, que vem sendo mal aproveitado. “Em uma cidade com poucas opções culturais, é um desperdício deixar um espaço daqueles sem uso. Não sei por que tanta demora para conseguir um alvará e reabrir definitivamente o teatro”, comenta uma professora que ligou para a redação e preferiu não ser identificada.
Vale lembrar que as pendências para regularização do teatro municipal já foram abordadas em matérias publicadas por A VOZ DA SERRA ao longo do ano passado. Numa delas, veiculada na edição de 14 de setembro de 2014, o comandante do 6º GBM, tenente-coronel João Luiz de Moraes afirmou que 90% das exigências para concessão do alvará já haviam sido cumpridas. Na época, itens como as dimensões das portas, a capacidade e o isolamento do gerador, a caixa de incêndio, as mangueiras, a sinalização das saídas de emergência e a pressurização da tubulação tinham sido adequados. Outros itens, porém, como a instalação de barras antipânico nas portas de entrada e saída lateral e de um corrimão em uma das rampas de saída laterais além da apresentação de notas fiscais ainda não tinham sido providenciados.
Devido À falta de alvará, local está aberto apenas para palestras
Em função das pendências, há sete meses o teatro foi autorizado a funcionar com capacidade limitada a 400 adultos ou 300 crianças. Com isso, o local tem abrigado apenas algumas palestras e solenidades de porte médio, permanecendo praticamente fechado durante todo o tempo. A interdição vem motivando críticas de vários segmentos da sociedade, em especial de quem pertence ao meio artístico, cultural e educacional do município.
No início deste mês, a reportagem do jornal entrou em contato com a assessoria de comunicação da Prefeitura para saber qual a previsão de reabertura do espaço e recebeu a seguinte nota: “Em relação ao Teatro Municipal, a Secretaria Municipal de Cultura informou que nos próximos dias o processo licitatório estará aberto, uma vez que foram cumpridas todas as exigências necessárias previstas em lei. Desde as cotações referentes aos serviços de adequação e certificação e, posteriormente, o desdobramento do processo atendendo os requisitos da transparência e publicidade. Ainda no mês de março foram efetuadas as reservas financeiras e a emissão do empenho para que o processo tramite dentro do prazo legal. Aguardamos o certame licitatório para as devidas adequações solicitadas pelas novas normativas de segurança do Corpo de Bombeiros e posteriormente a certificação pela empresa responsável. O teatro continua fechado a espetáculos e eventos com bilheteria, abrigando apenas palestras educacionais, pós liberação junto ao Corpo de Bombeiros com limitação no número de espectadores.”
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