Um homem de 38 anos foi linchado por pedestres após ter sido identificado como suspeito de tentar abusar de uma jovem de 18 anos. O caso aconteceu na Avenida Alberto Braune, na esquina com a Rua Duque de Caxias, na tarde do último sábado, 12. A menina estava andando nas imediações quando o homem a teria abordado e puxado sua blusa tentando colocar a mão por dentro do seu short. Ao perceber que estava sendo tocada, a jovem chamou a mãe, que se encontrava próxima ao local.
Dezenas de pedestres que passavam pela rua se aglomeraram diante da reação da jovem. No intuito de conter o suspeito até a chegada da polícia, muitos tentaram imobilizá-lo. No entanto, revoltados, alguns, inclusive, o atacaram com socos e pontapés. De acordo com testemunhas, o homem apresentava sinais de embriaguez.
Outro caso que chamou a atenção dos friburguenses foi o caso do homem flagrado se masturbando em ônibus que fazia a linha Centro - Belmont. Uma das passageiras do coletivo registrou boletim de ocorrência sobre o fato após postar vídeo e fotos da ação no Facebook e grupos de WhatsApp. Segundo a delegada da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), Waleska Garcez, há informações de que o homem teria problemas psiquiátricos. O fato está sendo investigado. Ambos os casos ganharam grande repercussão nas redes sociais.
A ação da polícia
O caso de suspeita de abuso na tarde de sábado, que gerou grande aglomeração numa das esquinas mais movimentadas da cidade e repercussão na internet, também provocou questionamentos da população sobre a ação realizada pela polícia. Em vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver os agentes tentando colocar o suspeito dentro da viatura, segundos depois, também é possível ver dois homens, que aproveitaram a confusão, para entrar na patrulha do 11ºBPM e agredir o acusado, que se encontrava com a algema em apenas um dos pulsos.
De acordo com o comandante do batalhão, Carlos Eduardo Hespanha, o caso está sendo averiguado. “Nós analisamos o vídeo e realmente constatamos falhas. Algumas das coisas que observamos que deveria ter sido feito é primeiro a colocação correta da algema e depois a prisão dos agressores. Mas estamos apurando a ação dos policiais, ouvindo seus depoimentos e testemunhas”, afirma o comandante, que ainda acrescenta: “Nós sabemos que casos como estes causam grande revolta e comoção, mas é preciso esclarecer que a população deve se focar em apenas dominar o suspeito até a chegada da polícia e não espancá-lo. Nesta ocorrência de sábado, faltou pouco para que acontecesse uma calamidade. É preciso considerar também que, às vezes, o suspeito possa ter distúrbios mentais, estar fora de si ao ter cometido o crime ou ainda estar sendo confundido com outra pessoa. Temos vários exemplos pelo Brasil de clamores populares que terminam em tragédia. Sem contar que, aquele que agride pode trocar de papel com o suspeito e se tornar o criminoso, vindo a parar na cadeia por um ato impulsivo. A polícia considera válido o auxílio da população, mas alerta que os façam dentro dos limites da legalidade e segurança”, conclui Hespanha.
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