"O Cidade Inteligente não atua aplicando multas em motoristas, mas nós estamos de olho"
Com o intuito de sanar as dúvidas da população sobre o programa de monitoramento das vias urbanas iniciado ainda sob a tutela do ex-prefeito Rogério Cabral, tendo continuidade no governo atual de Renato Bravo, A VOZ DA SERRA foi até a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia e a central de monitoramento do Cidade Inteligente e conversou com o secretário Marcelo Verly, que está à frente da pasta há três meses.
De acordo com ele, as câmeras estão em pleno funcionamento e têm sido decisivas na fiscalização do trânsito e no aumento da segurança pública no município. Parcerias com a iniciativa privada e o poder público estão sendo feitas e, em breve, a boa notíci é que o alcance do monitoramento será ampliado para diversos bairros.
AVS: A pergunta que a população mais tem feito é: o programa Cidade Inteligente está ativado?
Marcelo Verly: Está sim, mas com uma quantidade de câmeras reduzida desde que começou. Tentamos resgatar o projeto original. Ele tinha uma amplitude bastante extensa do ponto de vista territorial. Na época o projeto foi planejado para alcançar o máximo de visibilidade possível nas localidades centrais e periféricas de Friburgo.
Quantas câmeras estão em funcionamento?
Inicialmente, o projeto contava com 32 câmeras e quando assumi, no último dia 1° de março, eram apenas 16, a metade delas. Existe um trabalho da equipe técnica do Cidade Inteligente para recuperar e reativar essas câmeras. Conseguimos recuperar duas e da nossa parte, temos 18 câmeras funcionando no momento, e somando as parcerias, acredito que sejam 40 câmeras funcionando no total com a perspectiva de aumentar para 60 dentro de um mês.
As parcerias com outros setores da sociedade são uma alternativa para o fortalecimento e expansão do programa?
Nós estamos caminhando para essa solução. Nós fortalecemos a nossa parceria com o 11º BPM e fizemos a integração das câmeras que compõem o Posto de Policiamento Comunitário de Olaria. Junto a essa parceria, agregamos mais 22 câmeras, resgatamos um convênio com o Itaú para integrar as câmeras que captam o lado externo das agências, com isso somam-se mais sete câmeras e também estamos dialogando com a Cruz Vermelha que tem algumas câmeras que focalizam as margens do Rio Bengalas.
Todas as câmeras são giratórias?
Algumas são, podendo dar uma volta completa ou meia volta, e outras são paradas. Temos uma parceria com uma escola municipal e estamos vendo com outras instituições também. São equipamentos que nos ajudam a aumentar a nossa área de atuação.
O que é a Vigilância Solidária?
Ao mesmo tempo que iremos trabalhar na recuperação da nossa própria estrutura, caminhamos na direção de expansão de parcerias. Isso é a vigilância solidária. Uma cidade mais bem protegida interessa a todos. Todos os estabelecimentos comerciais e instituições que queiram e possam integrar seus sistemas com o nosso irão nos ajudar bastante a aumentar a área de monitoramento e proteção.
Nos últimos tempos o planetário sofreu diversas ações de vandalismo. Há como atuar diretamente naquele espaço?
O planetário merece uma atenção especial. Já posicionamos algumas câmeras daquela região para monitorar o planetário. Ainda não é certo, mas a ideia é instalar mais câmeras por ali. O planetário faz parte de uma região que tem o polo Cederj, com milhares de estudantes circulando, o Projeto Solução. É um local que também vai receber o apoio da PM.
Há uma sensação de muitos friburguenses de que o Cidade Inteligente foi criado para a aplicação de multas de trânsito. É verdade?
É importante desmistificar isso. O Cidade Inteligente não atua aplicando multas em motoristas, mas nós estamos de olho. Ele contribui para a mobilidade urbana, mas não no sentido de aplicar penalizações. Quando nós detectamos um trânsito grande em algum local, alertamos e sinalizamos a possibilidade de vias alternativas. Se nós percebermos, por exemplo, que em determinadas ruas, o fluxo está prejudicado porque muitos carros estão parados em fila dupla, nós avisamos alguma viatura da Mobilidade Urbana para ir ao local. A nossa intenção não é multar, é melhorar a fluidez do trânsito.
Em quantos bairros o Cidade Inteligente atua?
Acredito que entre dez e 15 localidades do Conselheiro Paulino-Centro-Olaria-Cônego, Ponte da Saudade e Duas Pedras. Já conversamos com a direção da Águas de Nova Friburgo que deverá posicionar a câmera externa de sua sede para a rodovia RJ-130 e com isso passamos a ter um monitoramento em uma área importantíssima.
O Centro é o local com mais câmeras?
Sim e com um detalhe importante: algumas câmeras ficam no modo de rotação e às vezes em outro modo capaz de focar melhor os detalhes. Mesmo que por um acaso aconteça um problema enquanto a câmera de rotação esteja virada para o lado contrário, em pouco tempo ela volta e passa a filmar no local onde ocorreu algum problema.
No caso do flagrante de um crime, como é a atuação?
Nós prestamos um suporte técnico à polícia. Entramos em contato com o 11ºBPM imediatamente para equipes sejam enviadas ao local da ocorrência.
Quantas pessoas trabalham no projeto?
Seis, em diferentes turnos durante todos os dias, 24 horas. A Secretaria de Ciência e Tecnologia junto com a PM são os dois órgãos que mantém plantão permanente. Os outros órgãos, dependendo da necessidade, encaminham profissionais para reforço do monitoramento, como a Guarda Municipal e a Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana.
O acesso à página do Facebook tem sido grande?
Uma forma de responder à sociedade que o projeto funciona e tem sido útil é o número de pessoas que acessam a página do Cidade Inteligente na internet, para verificar como está a fluidez do trânsito. As parcerias permitem cada vez mais uma cobertura maior. Com isso, o cidadão pode saber o que se passa em bairros distantes, além é claro do monitoramento contra crimes e outras infrações. Queremos abrir o espaço para a imprensa fazer divulgação de boletins de trânsito, como acontece no Rio de Janeiro.
Atualmente, mesmo em constante evolução, o projeto Cidade Inteligente pode ser considerado bem-sucedido?
Sim. É um projeto que ainda tem muito para crescer e resultar realmente em uma cidade inteligente, mais segura, com maior preservação nas mais diversas áreas.
Marcelo Verly
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